Os casarões fincados em cidades da região guardam muito da história de cada município. No auge do café, tido como ouro negro, muitos deles foram erguidos para abrigar fazendeiros que detinham grandes plantações. Alguns estão preservados pelos próprios proprietários, outros, pelo município.
Em Jaú (47 quilômetros de Bauru) , os casarões viraram atração turística. Um roteiro proporciona a visitação externa a nove deles. Ao todo, são 451 construções preservadas. Além das casas, há igrejas, escolas e praças que contam um pouco do que o município viveu na época do café.
Um dos imóveis, localizado na área central de Jaú, mais precisamente na rua Major Prado, chama a atenção dos visitantes por conta da fachada com frisos com características do neoclassicismo. As janelas exibem vidros com desenhos tipicamente “art noveau”. Somente a fachada dele foi preservada.
A Casa de Constantino Fraga, uma das mais antigas de Jaú, apresenta forte influência europeia. O telhado inclinado remete a edificações tipicamente de países alpinos. É uma das mais antigas do município. Ela já aparece em foto datada de 1888.
Em Bocaina (69 quilômetros de Bauru), nenhum prédio está tombado pelos órgãos competentes, porém, mais de 50% dos casarões estão conservados pelos próprios moradores, que ainda utilizam o imóvel como moradia. Grande parte deles data do século 20.
O interessante das construções de Bocaina é que a maioria das fachadas dos casarões é semelhante. Eram feitas pelos “frentistas”, especialistas que visitavam a cidade só para construir a frente das casas. Na área central da cidade é possível observar a divisão de classes da época. Os casarões retratam quem eram os ricos e os pobres através de construções com eira e beira.
Em Itapuí (44 quilômetros de Bauru), muita história está encravada nos prédios mais antigos. Apesar de não estarem tombados e preservados, estão em pé e revelam como começou o comércio da cidade, que ainda hoje se desenvolve ao redor da Praça da Matriz.
O então mascate Jorge Chammas foi um dos primeiros a instalar sua loja naquela região da cidade, por volta de 1894. Janelas enormes de madeira maciça e portas de ferro resistem ao tempo. O prédio, que também serviu de moradia para a família, está abandonado. Depois da morte do comerciante, a família mudou para a Capital.
Um casarão, também na Praça da Matriz, serviu de residência oficial para dois prefeitos e foi uma policlínica. Atualmente, o imóvel está desocupado e conservado. Pertence ao grupo Itabom.
Em Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru), o prédio que hoje abriga o museu Alexandre Chitto é uma das construções preservadas. O imóvel ocupado atualmente pelo Espaço Cultural Cidade do Livro é outro prédio histórico. Já foi ocupado pela Casa de Saúde Madre Theodora e serviu de residência da família Virgílio Ciccone. A data certa de sua construção não está definida, foi supostamente construído no início do século 20.