Bairros

Falta de energia afeta condomínios

Da Redação
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Oscilações quase diárias e quedas de energia que chegam a durar até oito horas têm causado transtornos a moradores do Residencial Lago Sul, em Bauru.

O advogado Ivan Garcia Goffi, de 45 anos, explica que já perdeu a conta de quantas vezes ficou sem energia só no mês de janeiro. O resultado foram dez bombas utilizadas para a oxigenação e filtragem da água de um tanque para peixes queimadas.

Tudo isso em apenas um ano e o que era para ser uma fonte de relaxamento transformou-se em uma enorme dor de cabeça. Ivan explica que as bombas custam em torno de R$ 150,00 e que, quando param de funcionar, os peixes, cerca de 40, se viram como podem. “Em uma dessas quedas, na que ficamos oito horas sem energia, os peixes já estavam no limite, colocando a cabeça para fora em busca de oxigênio”.

Ivan considera a situação constrangedora. “Quando começam as oscilações, desligo tudo da tomada, minha família e eu ficamos à mercê da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e nos sentimos abandonados. Deixamos até de abrir a geladeira para evitar que o interior do eletrodoméstico esquente”.


Insatisfação

O advogado é presidente do conselho que administra um residencial e, por isso, recebe reclamações de outros moradores frequentemente. Ele relata que a CPFL e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já foram notificadas, entretanto, nenhuma satisfação foi dada aos moradores do Lago Sul. “Nós já cogitamos uma providência, como um gerador, por exemplo, mas descobrimos que o máximo que podemos fazer é comunicar os problemas aos órgãos responsáveis. É como voltar na idade da pedra. Acordar sem energia e passar o dia sem ela é uma situação de miserabilidade inimaginável para os dias de hoje”, desabafa.


Preocupação

O servidor público Claudinei Soares, de 46 anos, também morador do residencial Lago Sul, conta que qualquer sinal de chuva é motivo de preocupação. “Basta uma chuva moderada para o pesadelo começar”, afirma Claudinei. Ele atribui o problema às obras de duplicação da rodovia João Baptista Cabral Rennó, a SP-225, que passa em frente ao residencial. “Os postes estão sem sustentação e qualquer vento reflete na transmissão de energia”.

Em uma das situações, o servidor perdeu tudo o que estava no refrigerador. “Foram muitas horas sem energia e tive que jogar comida no lixo. Com o calor que faz em Bauru, os alimentos se perdem muito rapidamente, imagine sem energia”.

Morador do Residencial Villagio I há 13 anos, também na zona sul da cidade, o corretor de imóveis Márcio de Andrade, de 44 anos, afirma que o fornecimento de energia sempre foi instável no local, mas que nos últimos seis meses piorou muito. “Quando ameaça chover, eu já tiro tudo da tomada”, relata. Márcio explica que no Villagio I as interrupções são frequentes, porém não tão longas quanto as registradas no Lago Sul - o reestabelecimento leva em torno de 30 ou 40 minutos.


CPFL confirma seis interrupções

Em nota, a assessoria de imprensa da CPFL informa que, entre os dias 1º e 27 de janeiro foram registradas seis ocorrências de interrupção no fornecimento de energia na zona sul de Bauru e que o problema teve como causas um curto-circuito causado por colisão de veículo em poste; o desligamento para execução de melhorias na rede e a queda de postes devido às obras de duplicação da rodovia João Baptista Cabral Rennó.  

A CPFL acrescenta ainda que cerca de dois terços do tempo em que o cliente fica sem energia correspondem a interrupções emergenciais, provocadas por fatores externos como os temporais, colisões de veículos contra postes e objetos que atingem a rede – pipas, balões e galhos de árvores, por exemplo. Queimadas e furtos de cabos são outros fatores que podem provocar tais desligamentos. O restante corresponde a desligamentos programados, informados previamente aos clientes para que a empresa possa executar obras de melhoria na rede elétrica.

Solicitações de reparos na rede elétrica podem ser feitas pelo site www.cpfl.com.br, pelo e-mail paulista@cpfl.com.br ou ainda pelo telefone 0800 010 10 10.

A Concessionária Auto Raposo Tavares (Cart), responsável pelas obras de duplicação da rodovia João Baptista Cabral Rennó, prontificou-se a avaliar as ocorrências nos próximos dias.

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