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Sakai: ?Vá com Deus, minha filha?

Marcele Tonelli com Bruna Dias
| Tempo de leitura: 3 min

Palmas, orações e muita comoção. Dezenas de pessoas estiveram ontem no cemitério Cristo Rei para suas últimas homenagens à Priscila Sakai Simião, 24 anos, filha caçula do vereador e pastor evangélico Roberval Sakai (PP), que morreu anteontem de manhã na UTI do Hospital da Unimed de Bauru vítima de complicações em função de uma doença contagiosa.

De acordo com um boletim médico oficial emitido pelo hospital, Priscila, grávida de oito meses, pode ter sido vítima de um quadro generalizado de meningococcemia. Em clima de tristeza e pesar, amigos e familiares ainda choravam a perda da gestante, que há um semana comemorou a gravidez em um chá de bebê.

Casada com Antônio Luiz Simião Junior desde 2009, Priscila, que já trabalhou em duas grandes empresas de cobrança em Bauru, atualmente trabalhava em casa junto a uma empresa de anúncios pela internet.

“Vá com Deus, minha filha. Vá em paz, minha princesa. Você nos deixou uma semente e iremos fazer de tudo por ela”, lamentava o vereador aos prantos ao lado do caixão da filha e do pai, Felício Damião Pinto.

A equipe médica realizou o parto pouco antes da morte e conseguiu salvar o bebê, Davi Luiz, que até o fechamento desta edição permanecia internado em estado grave na UTI pediátrica da Unimed.

Ao final da tarde de ontem, o hospital divulgou um boletim médico oficial informando que o filho de Priscila, Davi Luiz, continuava internado em estado grave na mesma unidade de saúde. “O bebê é prematuro e nasceu de parto cesáreo de urgência no final da tarde de sábado, com 32 semanas de gestação. A criança recebe medicação antibiótica e respira com ajuda de aparelhos”, esclareceu o boletim.


Vulnerabilidade

Elencadas em um grupo de risco que abrange crianças com menos de dois anos, imunocomprometidos (sistema imunológico que apresenta baixa resistência) e idosos, as gestantes estão mais suscetíveis a contrair doenças e infecções mais graves. A informação é da médica Mariele Santos Storniolo de Campos, obstetra e ginecologista da Secretaria Municipal de Saúde.

“A febre em uma gestante sempre deve ser alvo de uma investigação detalhada. Até mesmo um simples resfriado pode evoluir rapidamente por causa da imunidade, que reduz durante a gravidez. Por isso é importante valorizar qualquer tipo de sintoma e consultar um médico o quanto antes”, alerta Mariele.

Conforme a médica explica, durante gravidez o coração da gestante funciona de modo sobrecarregado por conta do maior fluxo de sangue. Com isso, a imunidade acaba deficitária diante de uma doença. “O organismo de uma gestante trabalha muito mais. Em casos de uma luta contra uma infecção ou uma bactéria, como é o caso da meningococcemia, por exemplo, o coração fica ainda mais comprometido e o organismo acaba não conseguindo acionar seu mecanismo de defesa”, afirma.

Ainda de acordo com ela, evitar aglomerações, manter a higiene pessoal e dos alimentos em dia, além de ter uma boa hidratação e alimentação ajudam a prevenir doenças de uma forma em geral.


Laudo

O laudo com o resultado do exame que vai atestar se a causa da morte da jovem foi mesmo meningococcemia tem o prazo de uma semana para ser emitido. No entanto, de acordo com Monti, foi solicitada mais rapidez na emissão. O boletim médico oficial da Unimed informou ontem que “a causa da morte foi quadro clínico compatível com meningococcemia e choque séptico (infecção generalizada). O caso foi notificado à Vigilância Epidemiológica do município para investigação.

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