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Covardes têm medo de amar

Munir Zalaf
| Tempo de leitura: 2 min

Existe quem tem medo de amar. Por ter, até supostamente, sofrido alguma decepção, rejeita o amor que não decepciona ninguém. As pessoas é que o desapontam.

Analisar com prudência o desengano. A desilusão sofrida não terá acontecido por culpa própria? Por orgulho ao tentar manipular a figura amada? Ciúme pelo desejo da posse? Egoísmo para sentir segurança ao colocar o interesse material acima do amor sentimento?

Milhares de criaturas sofrem e causam dores pelo orgulho do "não vou me humilhar declarando meu amor", "não vou fazer as pazes pra não ser ridicularizada".

Há algum anseio de humildade maior que o cálice do amor? O próprio ensina que pra se agradar a amada é preciso abandonar o egoísmo e a vaidade que prevalece sobre o desejo de sair por aí gritando "eu te amo!"

No facebook, frase do nosso Padre Beto: "O amor é essencial para o nosso desenvolvimento como pessoa". Abraça o amor em todas as suas situações. Não especifica o amor entre um casal. Filosoficamente generaliza. É aqui que nascemos. Antes, fique bem claro, este autor não é conselheiro do amor. É o cara que amou com intensidade e nunca negou a afeição à amada e à sociedade em que ambos viviam. É a pessoa que também teve seu amor rejeitado, mas que não se acovardou diante da desventura.

Esperar um novo amor acontecer é virtude dos sábios.

Blaise Pascal (1623-1662) afirmou ao seu tempo que "o amor tem razões que a própria razão desconhece". Desde a sua até a época atual, o sentimento em nada mudou na maneira de pensar e agir. O pretexto, egoísta e burro, ativa a presunção, a macheza de quem ama e julga se humilhar ao declarar a afeição. É cego e surdo. O amor faz brilhar o sol e a lua, é calor desafiando o inverno da solidão, é mel a adoçar a vida, água com açúcar pro beija-flor.

Quem ama e se cala por machidão não passa de covarde que tem medo do amor.

Pessoas que não se desenvolveram não passam de simples figurantes na grandeza da contemplação que o amor oferece. Às que sonham ainda, a fé para que amem e sejam amadas e desfrutem o sabor da vida!

Amar e sentir-se amado... Existir sob o aplauso das mais sutis emoções. É viver o lado invisível da vida em que somente o amor alumia! O tempo não respeita a vida. Famélico, consome-a. Quanto menos se espera... Passamos!

Pra vencer a covardia, amar e deixar-se amar. Tomar a caneta do tempo e escrever na alma que a vida vale a pena pelo amor que se leva e pelo amor que se deixa. Amemos com entusiasmo para que os céus nos coroem!

O autor, Munir Zalaf, é escritor e palestrante

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