A Polícia Militar (PM) informou que vai investigar quem são os policiais militares que teriam chamado a cabo Andreia Regina Bovo Pesseghini, 36 anos, morta com a família na semana passada, para participar do roubo de caixas eletrônicos.
Anteontem, o deputado Olímpio Gomes (PDT), major da reserva da PM, denunciou o caso à Corregedoria da corporação. O político disse que a policial chegou a denunciar os colegas na época ao seu superior, o capitão Fábio Paganoto. Porém, conforme o deputado, o capitão tentou apurar o fato e acabou sendo transferido para outro batalhão. Em nota, a PM informou ontem que a transferência de Paganoto não tem “qualquer relação com a suposta denúncia”.
A cabo Andreia foi assassinada no último dia 5. A investigação da Polícia Civil aponta que o principal suspeito do crime é seu filho, o estudante Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos. Conforme os investigadores, o jovem se matou após assassinar a tiros quatro familiares a mãe, o pai (que também era policial militar), a avó e uma tia-avó.
Na quarta-feira da semana passada, o tenente-coronel Wagner Dimas, então comandante do 18.º batalhão, disse em entrevista à rádio Bandeirantes que a policial havia delatado colegas envolvidos em roubo a caixas eletrônicos e que não acreditava que o menino fosse o responsável pelas mortes. No dia seguinte, ele foi chamado para depor na Corregedoria da PM e desmentiu os fatos. Na ocasião, o policial disse que não foi claro ao se expressar ao repórter que o entrevistava.
Dimas foi afastado do comando do 18.º batalhão. A reportagem apurou que ele foi deslocado para fazer trabalhos administrativos no batalhão responsável por planejar ações de policiamento comunitário.
Cena do crime
A casa onde a família foi morta não teve a cena de crime totalmente preservada. A informação consta de nota divulgada anteontem pela Secretaria da Segurança Pública.
Sebastião de Oliveira Costa, 54 anos, parente das vítimas, disse que chegou à casa às 17h45 do dia 5 e que havia ao menos 30 PMs dentro dela, antes da chegada da perícia. A polícia pretende chamar para depor os PMs que entraram na casa antes da chegada da perícia.