Regional

Bomba quebra e prejudica famílias

Lilian Grasiela
| Tempo de leitura: 3 min

Éder Azevedo

Poço foi perfurado em área de assentamento no Horto Florestal de Brasília Paulista

Há mais de quatro meses, 16 famílias que moram no assentamento Horto Florestal de Brasília Paulista, entre Piratininga e Cabrália Paulista (45 quilômetros de Bauru), têm de conviver com o problema da falta de água. A bomba instalada por empresa contratada pelo Governo Federal para perfurar poços artesianos no local queimou após uma descarga elétrica e, desde então, os moradores não sabem a quem recorrer. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que não é responsável pela manutenção de poços.

Segundo o vereador Antônio Marcos dos Santos (PR), o “Neguinho do Ônibus”, 128 famílias estão assentadas no Horto. Ele explica que, há cerca de um ano, uma empresa de Andradina foi contratada pela União e recebeu recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para perfurar e colocar em funcionamento três poços artesianos e construir reservatório e rede adutora no local.

Porém, ainda de acordo com o vereador, após alguns meses de funcionamento, a bomba responsável pela captação da água de um dos poços, que abastece 16 casas, parou de funcionar. Desde então, as famílias estão tendo de recorrer a propriedades vizinhas. “Elas estão praticamente se arrastando, puxando água de poços de vizinhos que ficam a três, quatro quilômetros, uma situação precária”, diz.

Ele conta que, em dezembro do ano passado, acompanhou o prefeito Odemil Ortiz de Camargo (PSB), o Alemão do Leite, e o presidente da Câmara, Antônio Consalter (PSB), em uma audiência na Superintendência do Incra em São Paulo. “No site do MDA, não constava assentamento no município de Cabrália. Como não constava reforma agrária em Cabrália, não tinha como pedir recursos”, afirma.

Santos reclama do abandono às famílias assentadas e alega que o Incra não apresentou soluções para o problema da bomba. Ele denuncia ainda que a comissão interna dos assentados, que representa as 128 famílias, não possui nenhum documento comprovando que o serviço foi executado pela empresa de Andradina para saber quanto foi pago pela obra de infraestrutura e se existe alguma garantia.

O parlamentar declarou que o prefeito de Cabrália Paulista gastou R$ 2 mil do próprio bolso para retirar a bomba do poço. Até o final de semana, uma empresa de Bauru deverá fazer orçamento para saber o custo do conserto do equipamento.

A assessoria de comunicação do Incra em São Paulo declarou que não é responsável pela manutenção dos poços perfurados no assentamento em Cabrália. “Em relação ao assentamento Brasília Paulista, a Superintendência Regional do Incra consultou a empresa responsável pela instalação do equipamento sobre a possibilidade de conserto. Entretanto, constatou-se que o defeito se deve a uma descarga atmosférica, que não é coberta pela garantia”, informou.

“Seria necessário, portanto, arcar com os custos para a recuperação da bomba. Infelizmente, a manutenção de poços não é atribuição do Incra, de modo que não temos como destinar recursos para essa finalidade. A equipe de assistência técnica e extensão rural que atende o assentamento tem orientado as famílias a se cotizarem para custear o conserto do equipamento”, informou o Incra.

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