Um dos maiores problemas da rotina hospitalar são as complicações pós-cirúrgicas, decorrentes de suturas que infeccionam, cortes que se abrem e ficam expostos à ação de agentes externos, como as bactérias. Chamado de deiscências de sutura, os problemas de cicatrização após as intervenções cirúrgicas causam sérios problemas clínicos e estéticos para os pacientes.
Segundo a pediatra e médica hiperbarista, Larissa Passerotti, qualquer tipo de cirurgia está sujeita à infecção. “No entanto, intervenções em regiões como a perianal, gastrointestinal e traumas abertos estão mais suscetíveis às infecções”, conta.
Fatores pré-existentes, como obesidade, diabetes, uso crônico de corticoides, imunossupressores e tipos de pele também são fatores que favorecem complicações de sutura. “A primeira e principal recomendação quando se infecciona uma sutura é retornar imediatamente ao médico responsável pela cirurgia, para avaliação da infecção e iniciar rapidamente o tratamento específico com antibióticos e curativos. Em casos extremos, é necessária a internação do paciente”, orienta a especialista.
Adriana Ângelo, operadora de caixa de supermercado, passou por complicações de deiscências de sutura. “A minha apendicite infeccionou e precisava ser retirada. No entanto, o primeiro diagnóstico que recebi foi que eu estava com uma bactéria no organismo. Fiquei internada por 26 dias tratando esta bactéria até fazer a cirurgia para retirada da apendicite. Mas a esta altura, eu já estava com um quadro de infecção generalizada”, relata.
Para complicar ainda mais a sua história, a sutura da cirurgia infeccionou e os pontos não conseguiram fechar o corte. “Foram cerca de dez dias com o ferimento aberto e saindo muito líquido. Em nenhum momento o hospital me encaminhou para o tratamento indicado para este tipo de complicação, como a Oxigenoterapia Hiperbárica”, detalha Adriana, que tem 23 anos.
O encaminhamento para o tratamento em câmara hiperbárica foi feito por uma médica especializada em cirurgia plástica, que recomendou à Adriana o tratamento para fechamento da ferida. “As sessões de Oxigenoterapia Hiperbárica fecharam completamente e ferida e me recuperei totalmente da infecção”, descreve a operadora de caixa.
A médica hiperbarista explica de que forma a Oxigenoterapia Hiperbárica age nas deiscências de sutura. “O efeito inicial do oxigênio é reduzir o edema da lesão, que também é um fator importante de favorecimento da infecção, pois ele limita a circulação local e isto já ocorre nas primeiras cinco sessões. A ação do gás ainda organiza a ação anti-inflamatória e estimula a formação dos leucócitos, que são as células de combate à infecção e dos fibroblastos, que são as células de cicatrização”.