Tribuna do Leitor

Carta aberta - decepção com a política do vale tudo


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Srs. amigos. Uma parte de nós, nos últimos dias, participou de campanhas políticas. Mas a ampla adesão ao movimento mostra que não se trata apenas de campanhas, mas sim de projetos de vida. Não importa a nós, nem a um número crescente de cidadãos, se tal aumento foi abaixo do inesperado. Estou manifestando uma profunda insatisfação com a depredação que sofri. Mas não apenas. É também a canalização de uma sensação represada de inconformismo, cada vez menos difuso, com os rumos políticos do país.

Não sou partidário do uso de métodos violentos. Nem eu, nem quase a totalidade dos cabos eleitorais, eleitores ou opositores. Mas as atitudes da minoria mostraram nos últimos dias, sem a menor sombra de dúvida, que quem acredita na violência ou na política do vale tudo está cada vez mais entre nós, militantes que demonstraram enxergar na agressão, na força bruta, as únicas ferramentas de persuasão.

Em questão de minutos, o outdoor que mostrava um singelo apoio foi para o chão, inúmeros relatos e imagens provam meu ponto de vista. A campanha ocorreria em relativa tranquilidade, sem qualquer episódio de violência, baderna ou vandalismo, se a militância adversária não tomasse a iniciativa de abrir as hostilidades. Ferindo inclusive passantes com a queda de um objeto enorme, está tudo documentado: a brutalidade seguiu por horas, não esperávamos nada diferente.

Essa eleição representou para mim e para muitos um ato de possível ruptura política, e descontinuada. Me causa enorme tristeza e decepção não vê-los tomar uma posição que os afaste claramente de tais políticas repressivas..

Tem ideia de como isso me atinge? Tais manifestações não são maduras, pois não são capazes de apresentar lideranças. Pois não compreende a nova lógica do ativismo, da auto-organização, da inteligência e da indignação coletiva.

Fabio Xavier - comerciante Mary Dota

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