Tribuna do Leitor

A destruição do Vale do Igapó pelos invasores humanos


| Tempo de leitura: 3 min

Digo com muito orgulho que sou morador do Vale do Igapó há 7 anos. E vários foram os motivos que me encantaram e me fizeram morador do Vale nesse período: o domínio do cerrado, suas árvores frondosas, o silêncio e sossego do local, as belezas e diversidade de pássaros, a simplicidade da comunidade local, podendo afirmar ainda que lá é um dos poucos lugares de Bauru que ainda proporcionam tranquilidade e paz (exceto em alguns dias no final de semana). Porém, ao longo do tempo, vejo nitidamente a invasão de pessoas que destroem o nosso Vale do Igapó, que a qualquer custo querem satisfazer o ego, porém sem critério ambiental e com destruição, com ganância, com exploração e total falta de conscientização ambiental.

Não quero ser injusto e ir contra o direito de propriedade garantido pela nossa Constituição Brasileira, mas esses invasores precisam entender o meio que se inserem e devem causar o menor impacto possível ou agregar as moradias com sustentabilidade. Precisam entender que deve haver harmônia entre o homem e o meio ambiente. Mas, infelizmente, o que presenciamos diariamente são invasores que jogam lixo pelas ruas, que usam fogo como método de limpeza de terreno e destruição do cerrado e assim vão extinguindo espécies raras; invasores que alugam chácaras nos finais de semana e apreciam em alto bom tom as "lindas músicas de funk", que ecoam pelas casas da comunidade; invasores que usam e abusam da água local sem pensar que essa água está em processo de escassez, sem pensar que essa água é uma das nossas maiores riquezas... Mas não! O que importa pra eles é limpar suas gigantescas piscinas, jogando água potável pelas ruas abaixo, até porque várias chácaras têm poço artesiano e a água é de "graça". Há ainda os invasores que transitam com suas motos e carros pelas ruas do Vale em velocidades inimagináveis (80 km e até 100 km por hora), colocando em risco moradores que por ali transitam. Invasores que fazem suas balburdias sem qualquer preocupação com a tranquilidade e sossego do morador local. Invasores que só querem se divertir e satisfazer seu ego. Não posso deixar de repudiar aqueles invasores que planejam em morar no Vale, até porque, na concepção dele, o Vale é um lindo lugar pra se morar, mas chegam destruindo e continuam destruindo espécies centenárias e até raras (exemplo Pequi). Desmatam totalmente seus lotes, constroem suas casas sem alinhar meio ambiente com moradia, impermeabilizam todo terreno, entre outros vários impactos.

Mas hoje está evidente que a "Mãe Natureza" está reagindo diante das várias formas de agressões, seja com escassez de água, seja com mudanças climáticas, seja com ausência de chuva, com secas, enfim, está claro a reação. E ainda as pessoas alienadas continuam com desrespeito, continuam a maltratar nosso meio... O Vale do Igapó é apenas mais uma vítima. Sinto pena, pois por mais que eu faça a minha parte como conscientizador e pessoa responsável, eu também pagarei. Na verdade, já estou pagando. O que me resta é apenas rezar pelo Vale do Igapó, pelo Brasil e pelo mundo.

Leandro Peres

Comentários

Comentários