João Rosan |
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Velório foi marcado por tentativas infrutíferas de achar explicações |
Daniela Pavanelo Segantin tentou, o quanto pôde, esconder as dificuldades que enfrentou em seu relacionamento rompido recentemente com o comerciante Evandro José Silveira. A jovem de 25 anos, morta pelo ex-namorado na manhã de quinta-feira (12), foi velada e sepultada na sexta-feira (13), no Cemitério da Saudade.
O clima entre familiares e amigos era de forte comoção, perplexidade e tentativas infrutíferas de encontrar explicações para tamanha tragédia. Depois de matar a secretária com um tiro na cabeça, no escritório de advocacia em que ela trabalhava, no Jardim Bela Vista, Evandro, 38 anos, cometeu suicídio. Seu corpo foi levado para Campinas, cidade onde vive sua família, incluindo dois filhos - uma menina de 8 anos e um adolescente de 16 anos.
Tio de Daniela, José Roberto Pavanello, 60 anos, conta que, somente após o crime, amigos e parentes descobriram que Evandro tinha um perfil controlador e que, frequentemente, cerceava a liberdade da garota. “Sabíamos muito pouco até então, talvez porque os pais e as pessoas mais próximas quisessem evitar constrangê-la ainda mais. Depois que tudo aconteceu, soubemos que eles viveram momentos turbulentos, mas, aparentemente, sem histórico de agressões ou qualquer tipo de violência”, detalha.
De acordo com o tio, Daniela e Evandro se conheceram há três anos, quando ambos trabalhavam em uma concessionária de veículos de Bauru. Eles chegaram a morar juntos, porém, a secretária havia decidido pelo término há cerca de três semanas.
“Mas ele continuava insistindo para reatar. A mãe da Daniela tentou aconselhá-lo a aceitar e voltar para Campinas, para ficar perto da família dele. Mas, infelizmente, ele não deu ouvidos e provocou essa tragédia que atingiu toda a nossa família”, comenta.
Mãe do último namorado que Daniela teve antes de Evandro, Irani Cavalieri Cardoso, 54 anos, também relata que, por diversas vezes, percebia em Daniela o receio de contrariar Evandro, quando eles ainda estavam juntos. “Nós ficamos amigas, mas ele tinha ciúme. Então, muitas vezes, ela vinha me ver sem que ele soubesse. Mas não contava muita coisa. Talvez por medo, dizia sempre que estava tudo bem, apesar de ele ter essa personalidade dominadora”, frisa.
Amiga de Daniela há cerca de dez anos, Aline Beatriz Simplício, 21 anos, também conta que Evandro reagia mal quando a secretária conversava até mesmo com primos e que ela chegou, mais de uma vez, a excluir sua página pessoal no Facebook por conta do ciúme que ele tinha. “Frequentemente, ela recusava pedidos de amizade de pessoas que conhecia, se ele não gostasse. Ela foi uma menina muito alegre, alto astral, divertida. Todos estamos chocados. Foi muita crueldade nada justifica o que ele fez”, lamenta.
