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Rodrigo Romeiro, 1º juiz da Comarca


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Rodrigo Romeiro, juiz de direito de 1911 a 1930, foi um dos fundadores da Santa Casa e grande patrono da causa dos hansenianos

Esta segunda-feira será de cerimonial no Judiciário de Bauru, em comemoração ao dia do Patrono do Fórum local. Nesta data nasceu Rodrigo Romeiro, em 16 de março de 1864 em Pindamonhangaba (SP), filho do comendador Ignácio Marcondes Romeiro e de Balduína de Godoy Romeiro. 

 

Romeiro cursou o ginásio no Colégio Morton, na Capital paulista, e bacharelou-se em Direito no ano de 1885 pela Faculdade de Direito de São Paulo, época em que retornou a Pindamonhangaba. Lá, se dedicou a atividades distintas, como a advocacia, a agricultura e o jornalismo. Colaborou com a Tribuna do Norte, importante jornal da época no Vale do Paraíba. 

 

O patrono da Comarca bauruense era republicano e foi um dos fundadores do Partido Republicano Paulista (PRP) em janeiro de 1888, em reunião ocorrida em Pindamonhangaba. Mudou-se para região de Jaboticabal, onde se dedicou à agricultura em 1895. 

 

No início do século XX, após retornar a Pindamonhangaba, instalou seu escritório de advocacia, mas logo em 1903 foi nomeado promotor público de São Bento do Sapucaí.  Em 1906, foi nomeado Promotor Público de Sertãozinho, onde permaneceu por cinco anos.  

 

Em 23 de janeiro de 1911, após aprovação em concurso, foi nomeado juiz de direito da Comarca de Bauru, cuja instalação ocorreu em 9 de março de 1911. 

 

Em Bauru, além de se dedicar à aplicação da lei, foi grande incentivador do progresso moral e material da cidade. No mesmo ano em que assumiu a comarca, fundou a Santa Casa, mesmo com os limitados recursos que conseguiu. Provisoriamente, a instalação deu-se em modesto prédio alugado, na rua 1º. de agosto. Dois anos depois, a unidade foi transferida para os Altos da Cidade em seu primeiro pavilhão, construído em terreno obtido por doação, onde hoje é a portaria do Hospital Beneficência Portuguesa. 

 

Sensível aos apelos da população, empenhou o prestígio de sua força moral pela construção do grupo escolar da então avenida Alfredo Maia (depois Rodrigues Alves) e também da Cadeia Pública. 

 

Luta

 

Em 1913, houve a demolição da antiga Igreja Matriz de nossa cidade e o agravamento da situação política. Rodrigo Romeiro colocou-se ao lado da Igreja, sendo alvo de pesadas críticas e liderou o movimento para a construção da nova Igreja Matriz, como presidente de sua comissão executiva, que foi entregue em 1915 ao bispo dom Lúcio. Isso aconteceu em ato solene de contrição dos bauruenses, que haviam deixado derrubar violentamente a primitiva igreja da atual Praça Rui Barbosa.   

 

A omissão do povo causou a excomunhão de todos os moradores da cidade, pena revertida e reconsiderada pela Diocese em razão da reconstrução liderada pelo juiz Rodrigo. 

 

Seu grande feito foi a atuação na fundação do atual Hospital Lauro de Souza Lima, anteriormente denominado Asilo Colônia Aimorés. Em 1928 tomou iniciativa de fundar uma cooperativa bancária em Bauru, nascendo a ideia do Banco Popular e Agrícola. 

 

Em 1930 foi promovido para Santos. Três anos após sua partida foi inaugurado o Asilo Aimorés. Após sua aposentadoria, em 1932, retornou a Pindamonhangaba e continuou atuando na comunidade.

 

O voo solo que não veio...

 

 Aos 70 anos, Rodrigo Romeiro resolveu aprender aviação, mas não conseguiu tirar o brevet em razão de sua idade acima do limite para a obtenção da licença.  Por tal motivo, nunca fez seu “voo solo”, pilotando sempre acompanhado por outro piloto.  A essa restrição de seu instrutor respondeu: “Já consegui mais que isso meu amigo  Despertei o entusiasmo nessa rapaziada boboca de minha terra que tinha medo de subir em um avião”. Faleceu em 15 de fevereiro de 1952, aos 90 anos de idade, em sua cidade natal.  “Bauru jamais poderá esquecer o grande Juiz de Direito Rodrigo Romeiro, não apenas por ter sido o primeiro juiz de nossa cidade, mas sim pela enorme dedicação à comunidade, especialmente, aos enfermos”, menciona a magistrada Ana Carla Crescioni.  

 

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