Tribuna do Leitor

Família Seabra: tradição mantida


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Tudo começou com o patriarca Manoel  Alves Seabra, quando seus descendentes resolveram promover encontros dos membros da família, através de uma festa periódica, geralmente de 5 ou 6 anos entre uma e outra,  quando no seu correr, geralmente numa chácara, foi possível fazer um inventário de atualização, registrando os familiares que nasceram, os  falecimentos, os casamentos, os avanços profissionais alcançados e outros itens que  merecessem ser registrados entre os participantes.

Quem foi Manoel Alves Seabra? Ele nasceu em 8 de fevereiro de 1868, em Paredes do Bairro, lugarejo do distrito administrativo de Aveiro, Portugal, filho de José Alves Santiago e Emília Alves Seabra. Chegou em Bauru em 28 de setembro de 1889. Foi casado duas vezes: primeiro com uma descendentes de alemães, Luiza Fauzer, falecida em 9 de novembro de 1907, Desse primeiro casamento nasceram três filhos: José, casado com Maria Fogli; Antônio, casado com Carolina Fogli e João, casado com Ana Malini. Curioso é que casaram dois irmãos com duas irmãs. Manoel ficou viúvo em Novembro de 1907, quando tinha apenas 39 anos.

Entrou em contato com seus parentes portugueses, pedindo que eles lhe arrumassem uma nova mulher, pois tinha  de cuidar dos três meninos, sendo o caçula um bebê. Assim, em 23 de abril de 1908 casou com a portuguesa Maria da Glória Abrunhosa e tiveram dois filhos e uma filha: Mário, casado com Maria de Azevedo Marques, de tradicional família bauruense;  Zilda, casada com Luiz de Gonzaga Bevilacqua, pessoa de destaque na cidade e  ligada ao Aero Clube de Bauru, de quem foi presidente e Oscar, casado com Eulina Baptista de Carvalho. Com relação a Eulina, era bisneta de João Baptista de Carvalho, meu bisavô. Minha avó Maria Mendes de Jesus era filha de João Baptista de Carvalho e foi mulher de meu avô José Martiniano Bastos.

Em 16 de novembro de 1931, na sua residência na Rua São Paulo, Manoel foi vítima de um atentado a tiro por um sócio de sua fábrica de macarrão, mas dona Maria da Glória, tentando defender o marido, acabou sendo atingida e faleceu. Coronel da Guarda Nacional, ele foi um dos fundadores da Beneficência Portuguesa e seu presidente entre 1930 a 1932. Teve uma casa comercial na Rua Araújo Leite e possuiu o Hotel Seabra. Foi o looteador da Vila Seabra, em terra que adquirira. Do serviço de telefonia montado pelo Capitão João Antônio Gonçalves no início do século XX, ele recebeu o telefone nº 1. Foi fundador do Vila Seabra Futebol Clube em 1931. Foi vereador na Câmara Municipal de Bauru em 1905, 1909 e 1915. Faleceu em 13 de setembro de 1946.  Uma rua localizada  na Vila Seabra recebeu o seu nome.

Portanto, a partir desse homenageado patriarca, é que a família Seabra periodicamente faz esse tradicional encontro com seus sucessores e descendentes, geralmente numa chácara na região de Bauru, sendo que no próximo mês de outubro deverá ocorrer o 4º encontro de seus membros.

 

 Irineu Azevedo Bastos – Membro da Academia

     Bauruense de Letras

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