A eclusa de Bariri (56 quilômetros de Bauru) vai ganhar um atracadouro, o que permite agilizar as manobras necessárias para os comboios ultrapassarem o desnível da barragem, com sensível redução no tempo de viagem. O Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo (DH) informou ontem que a nota de serviço para o início das obras foi assinada em 1º de outubro. O prazo de execução das obras é de 12 meses. O valor do contrato para a execução dos serviços é de R$ 42 milhões.
O Consórcio Ster-ETC foi o vencedor da licitação. Atualmente, o desmembramento e recomposição das embarcações para passagem nas eclusas são realizados em pontos de espera distantes.
| Aceituno Jr. |
| Investimento na eclusa de Ibitinga para construir atracadouro de espera é no valor de R$ 42 milhões |
A implantação do atracadouro de espera de Bariri faz parte do pacote de R$ 1,5 bilhão para investimentos na Hidrovia Tietê-Paraná, por meio de um convênio entre o governo do estado de São Paulo e a União. Deste montante, R$ 900 milhões são recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) e R$ 600 milhões do Tesouro do Estado.
O pacote contempla obras e projetos em andamento para ampliação e proteção de vãos de pontes, implantação de terminais hidroviários, substituição de pontes sob o Rio Tietê, desassoreamento e retificação de canais e implantação de barragens e eclusas.
A Hidrovia Tietê-Paraná possui 2.400 km de extensão, deste total 800 km no Estado de São Paulo. Conecta cinco estados produtores de grãos: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná. Em 2013, transportou 6,3 milhões de toneladas de cargas como milho, soja, óleo, madeira, carvão e adubo.
Volta da navegação
A navegação foi paralisada pela Marinha em maio de 2014. O motivo foi o baixo calado da hidrovia. A interrupção atingiu o trecho entre o km 99,5 do reservatório de Três Irmãos e a eclusa de Nova Avanhandava. Foram prejudicadas especialmente as cargas de longo percurso (soja e milho) que vêm de São Simão (GO) e de Três Lagoas (MS), com celulose e madeira. A Tietê-Paraná conecta cinco dos maiores estados produtores de grãos (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná). Somente opera normalmente os barcos de turismos no trecho de Barra Bonita que não foram afetados com a redução do calado.
Em nota, o Departamento Hidroviário do Estado informou que recebeu informações do Operador Nacional do Sistema (ONS), no início de agosto, de que o órgão iniciaria as operações para transferência de água dos reservatórios localizados à montante de Três Irmãos e Ilha Solteira. “Esta ação permitirá o restabelecimento do nível necessário para que, até fevereiro de 2016, a navegação na hidrovia Tietê-Paraná seja retomada”.