Cultura

Filme regional com Dedé Santana sai em abril

Marcus Liborio
| Tempo de leitura: 3 min

Fotos: Marcus Liborio
Dedé Santana e Diego Ramiro em cena: confusão e trapalhadas garantidas
Giulia Sinhorini retoca maquiagem de Dedé

O curta-metragem “Ballet de Morte”, que conta com a participação do eterno Trapalhão Dedé Santana, 79 anos, será lançado em abril deste ano, garante o cineasta independente Diego Ramiro. As cenas em que Dedé interpreta o dono de um hotel e patrão do atrapalhado Miguel (Diego) foram gravadas no sábado, em Pirajuí, conforme o JC antecipou.

Escrito e dirigido por Diego, o filme conta a história de Miguel, um funcionário preguiçoso, porém ávido por gorjetas, que trabalha em um pequeno hotel e que tem os rumos de sua vida modificados pela presença de um narrador intrometido e alguns gangsters mal encarados. O enredo é repleto de humor nonsense, artes marciais com uma pitada de surrealismo.

Diego revela que o produto final engloba, na verdade, oito curtas-metragens em um único DVD. “Falta gravar apenas um curta, e mais umas cenas de luta do Ballet de Morte”, enumera o cineasta, que pretende divulgar seu novo trabalho em várias cidades da região. “Vamos percorrer as prefeituras, com o objetivo de formatar o projeto e comercializá-lo”, diz.

As cenas protagonizadas por Dedé Santana foram gravadas no Pirajuí Plaza Hotel. Durante as filmagens, que duraram cerca de três horas, ele se mostrou muito à vontade, fazendo piadas com elenco e bastidores. Na frente das câmeras, deixou transparecer sua vertente de “Os Trapalhões” em uma verdadeira aula de humor, humildade e cinema.

“Foi fácil demais gravar com o Dedé. É um toma lá da cá, uma doideira. Quem ensaiou aqui? Ninguém. Ele leu o roteiro e pronto: gravando! Ficou bom? Ficou excelente. A hora que aperta o Rec. e fala ação, a coisa anda. Isso é talento”, elogiou Diego, logo após encerrar as gravações com o ex-trapalhão.

O sentimento de satisfação foi recíproco. Visivelmente cansado, mas com sorriso largo, Dedé revelou: “Gostei muito de ter feito”. Em seguida, claro, emendou a piada. “Não vou falar mal porque o Diego está aqui na minha frente”, debochou, aos risos. “Na verdade, admiro a coragem dessas pessoas porque fazer cinema no Brasil não é brincadeira”, frisa.

‘Quero voltar’

Questionado se pretende “entrar para o time”, Dedé Santana dispara: “Espero que o Diego me chame outra vez porque eu quero voltar e fazer de novo. Gostei muito do trabalho e da equipe, porque todos se unem para fazer e fazem mesmo. Eu dou muito valor nisso. Essa turma está de parabéns”, finaliza.

‘Chorei de alegria’

Enquanto dirigia e atuava ao lado de Dedé Santana durante as gravações de “Ballet de Morte”, no sábado, Diego Ramiro se manteve focado no projeto. Nem parecia, entretanto, que estava ao lado de um ídolo. Quando a ficha caiu, o cineasta independente “desabou”. “Eu cheguei em casa, depois de tudo acabado, e chorei de alegria sozinho no meu quarto”, revelou.

Para Diego, foi um dos momentos mais felizes da vida dele, tanto no sentido da realização de seu sonho quanto no que diz respeito ao aprendizado. “Em dois dias, eu pude sentir a determinação que o Dedé tem para trabalhar, a alegria dele em fazer comédia e fazer filmes. Isso é uma coisa que eu quero levar para minha vida”, destaca. “O cara me deu uma lição de humildade e cinema. Eu quero manter a mesma humildade que ele tem e nunca perder as raízes, mesmo estando em produções grandes”, projeta.

Quem é

Diego Ramiro, pirajuiense de 31 anos, é historiador, funcionário público, dublê, ator, faixa preta em Kung Fu e apaixonado por cinema desde criança. Escreveu, dirigiu, atuou e coreografou cerca de 20 curtas-metragens, três médias-metragens e quatro longas-metragens.

Também já atuou como dublê do quadro Bofe de Elite do Show do Cavalcante (Tom Cavalcante). Foi vencedor do FilmaBauru e do Mapa Cultural de SP, em 2008. É um dos finalistas no festival de curtas de Ourinhos, tendo concorrido com 6 mil inscritos.

Confira um trecho da cena do filme

Comentários

Comentários