Quioshi Goto |
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João Tadeu César, 67, em lotérica do município durante a tarde dessa terça-feira (23): uma opção a menos |
Raspadinhas, assim que chegaram às lotéricas, há alguns anos, caíram no gosto popular. Gastando apenas R$ 1,00 era possível ganhar R$ 2,00 ou até, quem sabe, R$ 100 mil de premiação instantânea. Nos últimos meses, no entanto, foram raspadas do mercado.
Se por um lado o desaparecimento gerou reclamações de quem apostava com frequência, por outro parece ter aberto um leque de oportunidades para outros apostadores, que passaram a investir em jogos, classificados por eles mesmos, como potencialmente mais rentáveis.
“Eu gostava e jogava sempre, mas nunca ganhei nada. Prefiro apostar na Mega-Sena, na Dupla-Sena e Lotomania. Há algum tempo eu até ganhei uma quantia [nesses] apostando”, comenta o industrial João Tadeu César, 67 anos, que nessa terça-feira (23) à tarde passou pela lotérica de um supermercado no Altos para garantir uma aposta.
“A raspadinha era legal porque você ficava sabendo na hora do prêmio”, comenta o calheiro Everson da Silva, 35 anos. “Mas ela ter saído de circulação nem fez tanta diferença assim, para dizer a verdade. Os outros jogos são muito mais rentáveis e têm prêmios de valor maior” completa.
‘Posicionamento’
Sobre o sumiço das raspadinhas, a Caixa Econômica Federal (CEF) informou, por meio de nota, que o produto “passa por adequações normativas, de posicionamento, produção e distribuição, por isso, suas vendas encontram-se suspensas”. Chamada de loteria instantânea, a raspadinha, apesar de não parecer, era considerado um dos jogos mais relevantes para a Caixa em termos de receita.
Informações veiculadas pela mídia em 2015 davam conta de que a loteria instantânea seria privatizada pela Caixa, justamente por conta da alta rentabilidade desse tipo de produto e da necessidade de captação de receita por parte do governo Federal. Com a privatização das raspadinhas, os pontos de venda iriam aumentar e o percentual de premiação, também.
Até o início deste ano, contudo, os rumores sobre o tal processo de privatização não foram confirmados pela Caixa Federal, que limitou-se a suspender as vendas e a reiterar, portanto, que as raspadinhas passam pelas alegadas “adequações normativas e de distribuição”.