Cultura

Banda Mercado de Peixe faz show gratuito e finaliza documentário


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Cosmo Roncon Jr.
Ricardo Polettini (guitarra e viola), Juninho Madureira (vocal), Emerson Gomes Vanderlei (percussão, efeitos), Paulo Pires (bateria), Fabiano Alcântara (baixo) e Fernando TRZ (synths, piano elétrico e direção musical) 

Autêntica, inventiva e de vínculo bauruense duradouro: com essas credenciais é que o sexteto Mercado de Peixe volta a tocar na cidade.

E é nesta quarta-feira (15), às 21h, na área de convivência do Sesc Bauru (gratuito). Chamado de pós-caipira por parte da crítica, o grupo segue em divulgação do ótimo “Água da Faca”: álbum com participações especiais do cantor e guitarrista Saulo Duarte, vencedor do Prêmio da Música Brasileira, em 2015; do percussionista Rômulo Nardes, da banda Bixiga 70; das cantoras Tika e Kika, do percussionista Junião; e do cantor e multi-instrumentista Pipo Pegoraro.

Este último também mixou o trabalho, que tem direção musical do multi-instrumentista e produtor Fernando TRZ, responsável pelos arranjos, acordeons e synths da banda.

Evocações

Formado em 1996, em Bauru, o Mercado de Peixe surgiu como um grupo que se dedicava à música brasileira e à cultura popular. Seu primeiro álbum, “Aparições”, com registros de apresentações ao vivo, saiu em 1999. Já em “Água da Faca”, as referências interioranas se fundem à música de tuaregs, ciganos e na herança latina e indígena, evocada no Caminho do Peabiru, tema central do disco e do EP anterior.

Relação ‘umbilical’ com Bauru é preservada

De que forma a cidade e o público marcam a história da banda?

Fabiano Alcântara: Bauru é nossa grande musa inspiradora. A lembrança mais curiosa do início da banda pra mim é a gente carregando amplificadores e instrumentos de percussão pela cidade, tipo dez quadras, pra tocar no Forró do Cavalieri, quando ele ainda era na Ezequiel Ramos e a gente morava na Benjamin Constant e na Saint Martin.

Ricardo Polettini: Bauru é o berço da banda. Muitos dos amigos que fizemos na cidade devemos às festas e ensaios abertos na república onde morávamos. A primeira casa-sede da banda foi na esquina da rua Constituição com a Engenheiro Saint Martin. Depois, mudou-se para a quadra 4 da Saint Martin, onde tivemos espaço maior para um estúdio e tocávamos juntos praticamente todos os dias. Outra metade da banda morava na Benjamin Constant, perto da Nações. Depois mudamos para a rua José Fernandes, próximo ao antigo BAC. Muitas vezes, os ensaios abertos nessas repúblicas-estúdio transformavam-se em festas. Falamos de Bauru em nossas músicas. Já tocamos no teatro, em bares, repúblicas, casas noturnas, no coreto da Rui Barbosa, no Vitória Régia e até na Feira do Rolo. Sempre será muito especial tocar em Bauru.

Fernando TRZ: O pessoal da Unesp e da cidade era bem segregado, isso é até uma contribuição que nós demos porque nossas festas reuniam todo mundo. Nós surgimos em um contexto que só poderia acontecer em Bauru. Entre o pessoal que fazia música autoral antes da gente vieram Desacato Verbal, Professor Antena, que surgiram mais ou menos na mesma época que a gente teve Bonequinho, Norman Bates e os Corações Alados. Com a experiência do nosso selo/gravadora Samacô fizemos a primeira coletânea de hip hop de Bauru, Hip Hop Sem Limites, ali também gravamos música dos índios terena, pesquisamos a folia de reis e a catira. Das bandas mais recentes de Bauru gostamos de Legalê, Coruja BC, Le Blanche, The Bad Mind Temper, akaaka, Universo Elegante. Sempre há uma cena grande na cidade porque é um ambiente propício para novas ideias: isso gera criatividade e efervescência.

‘Doc’

A banda também lança em junho o seu primeiro documentário, um média metragem que acompanha a primeira parte da turnê “Água da Faca” em Bauru, São Carlos, Ribeirão Preto e São Paulo. O vídeo é dirigido por Conrado Dacax e João Flávio Lima, da Kelemu Filmes.

Serviço

Sesc de Bauru apresenta Mercado de Peixe nesta quarta-feira (15), às 21h. Área de Convivência. Grátis. Recomendação etária 12 anos. O Sesc fica na avenida Aureliano Cardia, 6-71. Mais informações pelo telefone (14) 3235-1750.

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