Opinião

REFORMA DO ENSINO MÉDIO

Wellington Anselmo Martins
| Tempo de leitura: 1 min

É muito descabido, hoje, defender a visão platônica de uma sociedade dividida, necessariamente, em três classes: operários, militares e políticos.

Ora, hoje nós queremos que os cidadãos sejam livres! Que possam escolher seu estilo de vida, seus valores, sua profissão... E que possam mudar, também, caso queiram.

Por isso, a atual "reforma do ensino médio", se quiser ser democrática de fato, não deve possibilitar que alguns jovens (especialmente os mais pobres) optem por uma formação meramente técnica e profissionalizante enquanto outros jovens (especialmente os mais ricos) optem por uma formação mais erudita e humanista.

Caso tal diferenciação na educação básica seja radicalizada, então estaremos, de novo, reafirmando as divisões de classes sociais, a desigualdade desde o berço. Isto se os alunos que fizerem um ensino médio mais técnico não tiverem acesso e pré-requisitos para, depois, avançar para além do trabalho operário e burocrático; enquanto os alunos que fizerem um ensino médio mais letrado puderem ter acesso coerente a carreiras socialmente dominantes, como na área política, do Direito, do Jornalismo, da Economia etc.

Enfim, caso não queiramos repetir o antiquado pensamento classista platônico, precisamos então pensar em uma educação básica comum para todos os jovens.

Precisamos de uma educação emancipadora, que possibilite ao aluno de 16 anos ter plena condição de seguir, livremente e com competência, quer pelas áreas profissionais práticas e burocráticas, quer pelas áreas de maior prestígio e poder nas ciências e na política.

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