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Primeiro brasileiro a escalar Everest aponta 'amor e superação para conquistar o topo'


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Isabela Gaspar
O alpinista Waldemar Niclevicz proferiu palestra em Bauru

Do amor pelo campo ao entusiasmo por chegar ao topo de uma montanha. Esse é o resumo da história de vida do alpinista Waldemar Niclevicz, o primeiro brasileiro a escalar o Everest, a maior montanha do mundo, que esteve ontem na Universidade do Sagrado Coração (USC) para a tradicional Aula Magna, evento de recepção dos calouro. Ele também foi o primeiro brasileiro a escalar os Sete Cumes (sete maiores montanhas de cada continente) e o único a tentar e conquistar o K2, considerada a montanha mais difícil.

Na USC, Waldemar ministrou a palestra "Conquistando o seu Everest", na qual apresentou fatos reais, vividos por ele, na conquista de chegar ao topo das maiores montanhas do mundo. Entre os temas que abordou com os calouros, estão: superação de desafios, planejamento estratégico, gerenciamento de riscos, trabalho em equipe, prevenção de acidentes, gestão de projetos e empreendedorismo, fundamentais para quem está iniciando sua vida acadêmica.

"Sempre costumo falar que a vida por si só é uma grande escalada. Você tem uma grande montanha à sua frente. Qual é o seu Everest? Aonde você quer chegar? Inovar? Abrir uma empresa? Como você vai se preparar? Que tipo de capacitação você precisará? É exatamente isso que fazemos quando nos preparamos para uma grande montanha. Acontecerá uma série de dificuldades. E será preciso renunciar a algumas coisas, mas sabendo que, no final, será recompensado".

O ALPINISTA

Com a soma de mais de 200 montanhas escaladas ao redor do mundo, o paranaense começou cedo a ter o contato com a natureza.

Foi no campo que ele começou a admirar a natureza, inclusive as montanhas. "Comecei aos 16 anos escalando a Montanha Marumbi, no Paraná. Ao procurar as florestas, acabei encontrando esta montanha, de 1.500 metros, e foi ali que eu comecei", comenta. Hoje, no Marumbi, existe um trabalho de preservação do parque, motivado por Waldemar. "Temos uma filosofia de vida muito forte, com relação aos valores e respeito à natureza".

Para o alpinista, cada expedição que faz é momento de voltar às origens, se desconectar do mundo e encontrar com amigos. Há também as dificuldades de acessibilidade, técnica, clima e tempo, que são vencidas pela preparação constante. "Como já escalo praticamente há 30 anos, nunca parei de treinar. Estou em constante evolução. Com montanha, colocar a bandeira do Brasil no topo do Everest foi o primeiro grande desafio. Depois, no K2, que dizem ser a montanha mais difícil, foi outro desafio, porém consegui conquistá-lo e, até hoje, nenhum brasileiro mais tentou".

Niclevicz comenta que a sensação destas conquistas é um marco constante em sua vida. "Primeiro de tudo, gratidão a Deus e a todas as pessoas que acreditaram em mim", ressalta.

O alpinista

O alpinista nasceu em Foz do Iguaçu em 1966 e é formado em Turismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Destaca-se como escritor, fotógrafo e palestrante, tendo já realizado mais de 800 palestras para grandes empresas. Foi o primeiro brasileiro a escalar o Everest, o K2 e os Sete Cumes.

É autor dos livros "Tudo pelo Everest", "Everest, o diário de uma vitória", "Everest, Sagarmatha, Chomolungma", "Um sonho chamado K2" e "O Brasil no topo do mundo", nos quais é possível descobrir um ser humano preocupado em desvendar o mistério que existe entre o homem e a natureza.

Graças a seu entusiasmo e alto nível técnico, continua levando a bandeira brasileira aos pontos mais altos do mundo, dando exemplo de patriotismo, dedicação, perseverança, amor ao esporte e à natureza, o que o leva a ser reconhecido mundialmente como um dos mais importantes alpinistas da atualidade.

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