Em 9 de fevereiro de 1948, o delegado de Polícia dr. Geraldo Cardoso de Mello enviou ao Gabriel Ruiz Pelegrina uma cópia parcial do livro da genealogia do Barão de Mambucaba, sendo ele tataraneto do mesmo. O livro mostra a ascendência e descendência da família de José Luiz Gomes, nascido em terras do Curato de Pirai (Rio de Janeiro), no ano de 1791, e falecido em Pirai aos 63 anos, em 30 de janeiro de 1855.
Pirai surgiu na história fluminense em meados do século XVIII, aos poucos ganhou foros de curato, freguesia, vila, por decreto de 1837 do regente do Império Padre Diogo Feijó, e, finalmente, cidade por decreto nº 2.041, de 17 de outubro de 1874, do Governo Imperial. No decorrer do século XIX, o município de Pirai ganhou importância e renome quando, ao redor de sua sede, a tradicional vila de Pirai, apareceram o arraial dos Tomazes e o arraial dos Mendes, e as freguesias das Dores e do Arrozal.
Falar de Pirai é irremediavelmente falar em José Luiz Gomes (Barão de Mambucaba), nome da vila ao lado do rio Mambucaba, que estimulou e gerou o progresso local e tornou-se importante nessa região, perdendo com o tempo, em torno de 90 anos, seu papel principal a partir do início do tráfego do ramal de São Paulo da Estrada de Ferro D. Pedro II. "Em 1808, aos dezessete anos de idade, José Luiz via chegar ao Brasil o príncipe regente dom João e sua comitiva real, que, fugindo da invasão napoleônica, retiram-se de Lisboa quando ali chegavam as vanguardas do grande exército francês do general Junot.
Casado pela primeira vez em 1808, José Luiz enviuvou-se naquele mesmo ano com o falecimento de sua primeira esposa, Mariana Rodrigues Dias, que lhe deixou um filho menor, João Caetano... Consorciou em segundas núpcias com Maria Rosa da Conceição, filha do abalizado capitão José Tomaz da Silva e de sua legítima esposa Rosa Maria da Conceição. Tendo o casal 14 filhos que, no tempo, geraram outras filiações.
Em 1821, sua alteza real o príncipe Regente deu a Pirai a honra de sua augusta visita. José Luiz Gomes, como elemento da elite social, lá esteve e tomou parte em todas as cerimônias em homenagem à sua alteza.
Mas o que tem o Barão de Mambucaba com o município de Bauru? Com a expansão das atividades no solo paulista, descendentes desse ramo familiar escolheram nosso Estado para residir e trabalhar, sendo que alguns deles vieram para Bauru. Os que vieram para Bauru foram José Gomes Duarte, Azarias Nogueira Leite e Raul Renato Cardoso de Mello. E tiveram participação no nosso progresso. Sobre eles descreverei em outra oportunidade.
