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Quando a matemática não é problema

Marcus Liborio
| Tempo de leitura: 3 min

Malavolta Jr.
karen Aya Murakawa e Pedro Pol Ximenes, do CTI da Unesp, estão entre os alunos de Bauru que disputaram a segunda fase da Olimpíada de Matemática ontem

No ano passado, o estudante Diego Rodrigues de Souza tinha 12 anos e frequentava uma instituição de ensino municipal de Bauru quando decidiu se arriscar na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). A paixão pelos números e dedicação aos livros renderam bom resultado: ele deixou a competição ostentando a medalha de bronze.

"Foi uma conquista que me proporcionou uma bolsa de estudos", comemora. Neste ano, o jovem participou da primeira etapa da Opmep, mas não chegou à segunda fase, aplicada ontem para 1.309 alunos de 62 escolas da cidade. "Faltou um pouco de concentração desta vez", avalia.

Ele, que estuda na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Cônego Aníbal Difrância, no São Geraldo, promete se esforçar mais em 2018. Agora, resta-lhe torcer pelo colega Naum Felipe Oliveira da Silva, 13 anos, que se classificou para a etapa realizada ontem. "As expectativas são boas", projetava Naum, um dia antes da prova.

Em todo o País, mais de 940 mil alunos passaram para esta etapa, número recorde no torneio, organizado há 13 edições pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada. Neste ano, pela primeira vez, escolas particulares também puderam participar da Olimpíada, que é dividida em três níveis: 1 (6.º ao 7.º ano); 2 (8.º ao 9.º ano); e 3: (1.ª à 3.ª série).

Estão em disputa 500 medalhas de ouro, 1.500 de prata, 4.500 de bronze, além de 46.200 menções honrosas. Os vencedores serão anunciados em 22 de novembro. E Naum, claro, quer estar na lista. Para tanto, ele reserva duas horas por dia aos estudos, algo que nem de longe é encarado como obrigação, tendo em vista a sua paixão pela matemática.

"Adquiri gosto pelos números com meu pai, ainda quando criança. Ele é muito bom em matemática e acabou me inspirando. A raiz quadrada foi uma das primeiras lições que ele aplicava em casa", lembra Naum, em tom nostálgico. "Quero aproveitar o meu dom. Pretendo ser professor ou engenheiro mecânico", projeta.

MAIORES MEDALHISTAS

Em Bauru, a instituição destaque de medalhistas da Obmep é o Colégio Técnico Industrial (CTI) da Unesp. Em 2016, foram 24 vencedores da unidade (entre medalhas de prata, bronze e menções honrosas). Neste ano, 31 alunos se classificaram para a segunda fase da competição, entre eles a estudante Karen Aya Murakawa, de 16 anos.

Para ela, os números estão presentes em tudo. "Qualquer coisa, para ser criada e desenvolvida, precisa da matemática ou da física", observa, citando que os professores sempre foram seus inspiradores.

Outro aluno do CTI que disputou a segunda fase do torneio, Pedro Pol Ximenes, 17 anos, revela: quanto mais desafiante a fórmula numérica, mais instigante. "Quando você começa realmente entender a matemática, ela se torna muito mais apaixonante", pontua.

Mas qual será o segredo do colégio na conquista de medalhas? "Oferecer boa estrutura, como salas de aula adequadas, é algo fundamental. Mas, acima de tudo, valorizar e apoiar os professores. Isso reflete diretamente no ensinos", destaca o diretor do CTI de Bauru, Edson Alberto de Antonio.

Fundação Casa

20 jovens da Fundação Casa Bauru e Fundação Casa Nelson Mandela se classificaram para a segunda fase da Obmep. Um bom exemplo da educação na ressocialização (leia mais sobre este tema nas páginas 8 e 9)

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