Em nota, o Conselho da Comunidade Negra de Bauru e o Movimento Negro Socialista destacam que o 13 de maio e a abolição foram resultados de todas as revoltas negras em mais de 300 anos de escravidão. "Negar a participação e o protagonismo do povo negro no combate contra a escravidão é uma grande falsidade intelectual e moral. Não foi doação de uma princesa generosa. Esta inverdade histórica é mais uma violência contra o povo negro e que ainda se mantém depois de 130 anos da promulgação da Lei Áurea".

COMEMORAÇÕES?

Apesar da data, os organizadores ressaltam ainda que a população negra não tem motivos para comemorações, pois vem sendo submetida a um processo permanente de violência.

"Neste 13 de maio, nós, negros, denunciamos o racismo, preconceito, intolerância religiosa, discriminação, a matança generalizada da população pobre e negra, hiperssexualização dos corpos das mulheres e homens negros, a falta de oportunidade no mercado de trabalho, o encarceramento em massa da população negra, a reforma trabalhista que nos atingiu de forma brutal principalmente com o desemprego e o trabalho precário, o racismo velado que sofremos no cotidiano e que é uma característica da falsa democracia racial, o descaso dos governantes com a moradia, saúde e educação, direitos básicos que nos são negados por sermos trabalhadores e trabalhadoras, negras e negros pobres", pontua a nota.

Assim, os organizadores dizem que esta marcha é para cravar que os negros não irão se calar. "Negros e não negros que comungam com estes ideais estão convidados a participarem da marcha! A nossa luta será feita por todos os meios necessários", conclui.