Geral

Greve segue e MP obtém liminar para garantir os serviços

Marcus Liborio
| Tempo de leitura: 3 min

Bruno Freitas
Votações em assembleias decidiram pela continuidade da greve dos funcionários da Famesp

Os funcionários da Saúde que atuam nos hospitais de Base, Estadual, Maternidade Santa Isabel e Ambulatório Médico de Especialidades (AME) rejeitaram, por unanimidade, nessa sexta-feira (11) de manhã, a proposta enviada pela Famesp, gestora das unidades. Com a decisão em assembleias, a categoria permanece em greve, iniciada nesta quinta, mas terá de cumprir liminar obtida pelo Ministério Público (MP) que obriga 100% do efetivo em setores essenciais e 50% nos demais serviços.

Com uma adesão de cerac de 200 funcionários à paralisação nessa sexta (11), o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem e Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Bauru e Região (SindSaúde) enviou à Fundação uma contraproposta, no final da tarde desta sexta, abrindo mão do reajuste salarial de 3%, desde que os benefícios fossem mantidos. A Famesp avaliará os termos na próxima segunda.

No final da tarde dessa sexta (11), a Justiça concedeu liminar determinando que o sindicato garanta 100% dos técnicos e auxiliares de enfermagem em áreas consideradas sensíveis, como UTI. A ação foi movida pelo promotor Enilson Komono, que atua na área de saúde pública do município. Ele destaca, ainda, que a liminar deve estabelecer a preservação em mais de 50% da escala nos demais serviços, favorecer especialmente os recém-nascidos da UTI Neonatal da Maternidade. A multa pelo descumprimento é de R$ 10 mil.

Na petição inicial, Komono destaca que o SindSaúde incentivou a categoria a manter apenas 30% do quadro de funcionários de todas as unidades, que "atendem pessoas de toda a região, que ficam completamente indefesos e dependentes do serviço da UTI. Em caso de qualquer tipo de precariedade no serviço prestado, esses pacientes correm risco de morte".

Até o início da noite dessa sexta (11), o sindicato não havia sido intimado. "Não recebemos nenhuma comunicação ainda. Mas, adianto que iremos acatar a decisão judicial", afirma o advogado do SindSaúde, Evandro de Oliveira Garcia.

Assessor jurídico da Famesp, Luiz Pegoraro destaca que a greve não alcança todos os trabalhadores, mas apenas técnicos e auxiliares de enfermagem. "O sindicato está ignorando as propostas financeiras e insistindo na terceira folga, que beneficia um pequeno grupo de trabalhadores. Nós já efetuamos pagamento a todos os empregados com ajuste salarial de 3%, praticamente o dobro do INPC acumulado no período", enfatiza.

PROPOSTA REJEITADA

A proposta enviada pela Famesp e rejeitada pela categoria oferecia o seguinte: reajuste de 100% do INPC (1,56%) mais 1,44% de aumento real, equivalente a 3% de reajuste para todos os funcionários; manter o adicional noturno de 45%; conceder uma folga a mais na jornada 12 por 36 ao funcionário escalado que cumprir jornada no feriado.

Além disso, previa manter o vale-refeição no valor de R$ 9,00 por dia para todos os trabalhadores, com pausa para refeição de 1 hora (na Maternidade, Hospital de Base e no AME Bauru; já no Estadual, há refeitório com subsídio correspondente para trabalhadores com jornada acima de 6 horas); e manter o vale-alimentação no valor de R$ 330,00 por mês e o quinquênio (5%) até a implantação do plano de salários.

Por fim, concedia prêmio a funcionários de setores especializados vinculado a critérios pré-estabelecidos e objetivos - assiduidade, inexistência de faltas ainda que justificadas, etc. "Essa proposta não melhora em nada. Quem faz 6 horas vai deixar de receber o auxílio-refeição, por exemplo", critica o advogado do sindicato.

No final da tarde de ontem, o SindSaúde enviou uma contraproposta à Famesp, abrindo mão do reajuste salarial de 3%, desde que a Fundação mantenha todos os benefícios: 5% no quinquênio; adicional noturno em 45% e os 10% sobre o salário base de adicional referentes aos setores especializados.

Além disso, a categoria pede auxílio-refeição de R$ 25,00 por dia de trabalho para todos os trabalhadores; aumento do auxílio-alimentação (vale-compra) de R$ 330,00 para R$ 650,00 e auxílio-creche de R$ 180,00 para R$ 300,00.

Comentários

Comentários