| Assentamento Horto Aimorés/Divulgação |
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| Assentados interditam quilômetro 224 da SP-225, entre Bauru e Pederneiras, para protestar |
As famílias do assentamento Horto Aimorés interditaram os dois sentidos do quilômetro 224 da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-225), na divisa entre Bauru e Pederneiras, nessa quarta-feira (16) pela manhã. Os manifestantes querem que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) dê mais atenção aos assentados, evitando novas ocupações, como a que ocorreu recentemente e foi noticiada com exclusividade pelo Jornal da Cidade.
Secretária da liderança do Horto, Elisângela Pereira de Moraes explica que, desde que as famílias foram assentadas no local, o órgão não liberou recursos ou forneceu assistência técnica para ajudar na produção agrícola. "Se tivessem feito o trabalho deles, não haveria ocupações", reforça.
Na edição dessa quarta-feira (16), o JC divulgou que outro grupo ocupou um dos lotes dos assentados, já destinado à reforma agrária.
Lideranças do movimento União Nacional Camponesa (UNC) - o grupo acusado - disseram à reportagem, na ocasião, que 80 famílias passaram a viver na área, na noite da última segunda-feira, mas por indicação do próprio Incra. Já o órgão estadual negou tal informação e garantiu que averiguaria a situação.
Diante deste imbróglio, os assentados resolveram dar um prazo de 72 horas para que o Incra enviasse o seu representante ao local. O objetivo é solucionar o problema. Caso isso não ocorra, Elisângela antecipa que haverá novo protesto.
O PROTESTO
De acordo com o comandante interino da 1.ª Companhia da Polícia Militar Rodoviária, em Bauru, o 1.º tenente Daniel Aparecido Demétrio, a manifestação foi pacífica, mas causou três quilômetros de congestionamento, nos dois sentidos da via. "O trânsito foi liberado por volta das 10h, uma hora após o início da movimentação", acrescenta.
Em nota, a assessoria de comunicação do Incra esclarece que o superintendente regional interino do órgão, em São Paulo, Edson Alves Fernandes, conversou, na terça-feira (15), por telefone com a liderança do assentamento. Na ocasião, um servidor foi designado para apurar os fatos relativos a ocupações irregulares de lotes e, se necessário, tomar as providências legais cabíveis.
Quanto às dificuldades na liberação de recursos, a instituição diz que o problema foi causado pelo bloqueio de famílias assentadas em todo o País, por decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). A expectativa do Incra é de que, em 60 dias, o desbloqueio seja concluído.
