Passado o período de festas, muitas famílias de Bauru ainda irão aproveitar o período de férias e o verão de janeiro para viajar. Mas, a expectativa de momentos de diversão pode se transformar em transtorno e frustração se alguns cuidados básicos não forem adotados.
Na última semana de 2019, ao menos dois casos de famílias que não conseguiram viajar como planejado por suspeita de estelionato foram registrados na cidade e noticiados pelo JC. Em um deles, Bianca Furquim, 23 anos, e outras sete pessoas desembolsaram, juntas, mais de R$ 2 mil após contratarem um pacote para Capitólio (MG) com uma organizadora de excursões.
"A viagem não aconteceu e, até hoje, não fomos reembolsados. A gente não conseguiu mais contato com a organizadora e já não temos mais esperanças de recuperar o dinheiro", conta Bianca.
Em outro caso, um homem de 30 anos perdeu R$ 950,00 ao negociar a locação de um apartamento na Praia Grande, após ver um anúncio em um site de compra e venda. A expectativa era permanecer no litoral com a família no Réveillon, mas, em meados de dezembro, ele já não conseguiu mais contato com o golpista.
Já em carta publicada nesta terça-feira (7) na Tribuna do Leitor do JC, Edson Fernandes contou, por conta da repercussão destas ocorrências recentes, que "entrou em uma fria" ao contratar uma suposta agência de turismo por uma excursão às Serras Gaúchas, em 2018. "Os agentes cancelaram a viagem sem motivo justo e plausível e não me devolveram o que paguei. Deram baixa na agência e sumiram do mapa", comenta.
A Polícia Civil não possui estatísticas sobre o número de estelionatos registrados em Bauru na área de turismo. É importante ressaltar, porém, que os problemas com excursões e pacotes podem ir além da prática criminosa.
CONTRATO
Segundo a coordenadora do Procon Bauru, Fernanda Pegoraro, expectativas que não se concretizam em razão de contratos mal formulados também podem trazer dores de cabeça para a viagem de férias. "Os contratos, de modo geral, não trazem especificações sobre o pacote que está sendo negociado. O consumidor acaba assinando sem ler ou questionar e aceita condições muito desfavoráveis", pontua.
Como regra básica, o Procon destaca que os anúncios devem conter informações detalhadas como valores, tipos de acomodação, traslados, refeições, guias, número exato de dias e quais despesas extras ficarão por conta do consumidor. Todas estas informações, inclusive o que tiver sido acordado verbalmente, devem constar no contrato, assim como as condições para alteração, cancelamento e reembolso de pagamento.
Também é importante se certificar de que a empresa responsável pelo serviço possui registro no Ministério do Turismo, por meio do Cadastur (www.cadastur.turismo.gov.br). Outra ferramenta é a consulta ao cadastro das empresas com queixas registradas no Procon-SP, por meio do telefone 151 ou pelo site www.procon.sp.gov.br/.
"É preciso estar atento. Quando há um desacordo após o pagamento, na maioria das vezes, é preciso encaminhar o caso ao Judiciário. É uma dor de cabeça que poderia ser evitada com alguns cuidados antes de contratar o serviço", detalha a coordenadora do Procon Bauru.