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'Um pedacinho da gente se foi'

Marcele Tonelli
| Tempo de leitura: 2 min

O corpo do menino Anthony Daniel de Andrade Moraes, de 1 ano e 3 meses, foi recebido com tristeza e revolta por familiares e amigos, no fim da tarde desta terça-feira, em Bauru. O velório ocorre na sala 3 do Terra Branca do Centro e o enterro está marcado para 9h30 desta quarta-feira (8), no Cemitério do Jardim Redentor.

Conforme o JC noticiou, o bebê foi morto em Praia Grande, na noite do último domingo (5). A criança apresentava fraturas na região temporal do crânio, no tórax, na clavícula, nas costelas, no nariz, na mandíbula, além de diversos hematomas na testa e rosto.

O padrasto de Anthony, Ronaldo Silvestrini Júnior, de 22 anos, foi preso acusado de homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, emprego de meio cruel/tortura e por tratar-se de uma criança, sem chance de defesa. A mãe do bebê, Giúlia de Andrade Cândido, 21 anos, também foi detida na delegacia da cidade, acusada de falso testemunho. Ela teve fiança arbitrada em 10 salários mínimos.

Familiares da jovem presentes ao velório da criança disseram que Giulia foi liberada após audiência de custódia, na manhã de ontem, quando a quantia teria sido apresentada por um morador de Praia Grande.

'BRILHO NOS OLHOS'

A avó materna da criança, Kátia Marinho, e sua irmã Kelli Andrade Marinho chegaram consternadas ao velório, que teve início por volta de 18h30.

"Um pedacinho da gente se foi. Ele era uma criança brincalhona, alegre e adorava dançar ao ouvir música. Depois que eles se mudaram para Praia Grande, há uns cinco meses, o brilho nos olhos e o sorriso das crianças já não eram mais os mesmos, infelizmente", afirma Kelli, aos prantos. A mudança da família para a praia ocorreu há aproximadamente 5 meses, pouco tempo depois do início do namoro do casal.

"Foi uma crueldade imensa o que fizeram com nosso Anthony. Queremos justiça", pedia a avó paterna Silvia Helena Moraes.

RELEMBRE O CASO

O garoto foi levado enrolado em um cobertor pela mãe e o padrasto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Samambaia, em Praia Grande, na madrugada desta segunda (6). Segundo informações policiais, o menino já estava morto e apresentava rigidez cadavérica. Diante da constatação das múltiplas fraturas, a equipe médica acionou a Polícia Militar. O padrasto e a mãe teriam apresentado versões conflitantes e desconexas sobre o ocorrido e acabaram detidos. As investigações consideraram ainda o depoimento do outro filho de 5 anos da mulher, que confirmou ao delegado que o "tio Ju" havia mordido e provocado gritos em seu irmão na tarde daquele dia.

A criança de 5 anos também apresentava hematomas diversos na cabeça e foi levada a um abrigo de Praia Grande pelo Conselho Tutelar.

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