Política

HC entra em fase de estudo de perfil

Thiago Navarro
| Tempo de leitura: 3 min

Malavolta Jr.
Prédio construído inicialmente para o Centrinho tem 11 andares e capacidade para 200 leitos

O Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP) foi criado no começo deste mês, de forma oficial pelo governador Márcio França (PSB), mas o início do funcionamento ainda não tem data. Antes, a Secretaria de Estado da Saúde e a USP vão elaborar, nos próximos seis meses, os detalhes para a implantação efetiva, como administração, custeio e investimentos necessários.

Portanto, até o final deste ano, os trabalhos serão, na verdade, de estudos para definir até o perfil do hospital, que inicialmente deve ter procedimentos de médio e alta complexidade em cardiologia, bucomaxilo e saúde auditiva, como áreas de destaque de atuação.

O termo de cessão de uso das Unidades 1 e 2 do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP, que permitirá à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo fazer as adequações estruturais necessárias para o espaço compor o complexo do HC de Bauru.

A proposta é que o HC da USP-Bauru seja um hospital de ensino vinculado administrativamente à Secretaria de Estado da Saúde e ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas associado à Universidade de São Paulo para a gerência acadêmica e assistencial, aproveitando os professores e pós-graduandos dos cursos já instalados. Quando estiver em pleno funcionamento, terá capacidade para 200 leitos. O prédio do novo hospital possui 11 andares e área construída de 21 mil metros quadrados.

As prioridades de saúde da região de Bauru serão levadas em consideração na definição do perfil do novo hospital, de acordo com o Estado e a USP. Segundo o professor José Sebastião dos Santos, coordenador do curso de Medicina da USP-Bauru e superintendente do HRAC/Centrinho-USP, "o novo HC será concebido considerando as necessidades da universidade, mas sobretudo da população da região de Bauru". "O diagnóstico das necessidades de saúde identificadas regionalmente é que orientará o perfil assistencial do Hospital das Clínicas de Bauru", afirma.

ALTERAÇÕES

A criação do futuro HC foi definida no ano passado, quando houve a abertura do curso de medicina da USP em Bauru. O hospital será administrado com recursos do Estado, e a universidade vai cooperar na gestão, uma vez que tem agora um curso de medicina, além dos outros cursos oferecidos no câmpus, como odontologia e fonoaudiologia. Há ainda a previsão de futura criação de um curso de enfermagem. Para que o governo estadual assumisse o novo investimento, ainda sem valor definido, na época a prefeitura se comprometeu em assumir a gestão do Hospital de Base (HB), o que ainda não ocorreu, e teria que acontecer até o ano que vem.

Na ocasião, o município afirmou que colocará R$ 2 milhões mensais no HB, com o Estado reduzindo o aporte de R$ 6 milhões para R$ 4 milhões, e a União mantendo o aporte de R$ 2,5 milhões, para chegar ao valor de R$ 8,5 milhões de custo por mês. Contudo, não houve até o momento a assinatura de um convênio entre Estado e prefeitura para formalizar esse novo modelo.

FALTA DE LEITOS EM BAURU E O HC

Se o Hospital das Clínicas (HC) pode se tornar um realidade na saúde regional em dois ou três anos, conforme estimativas mais realistas de profissionais da área, a Câmara Municipal ainda cobra uma solução para a falta de vagas em hospitais, problema que já provocou a morte de pelo menos 600 pessoas de Bauru nos últimos anos.

A vereadora Telma Gobbi (SD), presidente da Comissão de Saúde da Câmara, chamou o secretário municipal de Saúde, José Eduardo Fogolin, e o diretor regional do Estado da Saúde, Paulo Eduardo de Souza, para uma reunião na quarta-feira, às 10h, para que soluções práticas sejam definidas. As dúvidas sobre a capacidade financeira do município em assumir o Hospital de Base (HB), a demora do Estado em reativar o Hospital Manoel de Abreu, e a necessidade de investimentos para novos leitos no Hospital Estadual (HE), no HB e no Instituto Lauro de Souza Lima vem sendo cobradas. Telma ainda coloca em dúvida se o HC permitirá o aumento de vagas do Centrinho, ou se o atual hospital, que está sendo incorporado ao HC, perderá vagas.

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