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Presidente do Crecisp, José Augusto Viana Neto esteve em Bauru e falou sobre o cenário atual |
O déficit habitacional do Brasil neste ano é de 7 milhões de moradias, mesmo índice de 2004. Após ter chegado a 5,8 milhões em 2014, a falta de moradias voltou a crescer e retornou ao patamar de 14 anos atrás. Contudo, após as eleições, quando o novo presidente assumir, o mercado imobiliário espera maior investimento nesta área. É o que afirma o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Crecisp), José Augusto Viana Neto, que cumpriu agenda no Sebrae, em Bauru, no último mês.
Segundo ele, o setor imobiliário está em estado de espera, em razão das eleições presidenciais. Entretanto, Neto adianta que a expectativa é boa, porque o déficit habitacional cresceu bastante, neste período de retrocesso da economia brasileira.
Ainda de acordo com o presidente do Crecisp, esta demanda de 7 milhões de moradias tem de ser atendida, de uma forma ou de outra. "Mesmo que seja através de programas sociais, o governo federal, evidentemente, tomará alguma atitude. Caso contrário, a situação tornar-se-á caótica", argumenta.
Contudo, hoje, a situação não está tão otimista para o setor, de forma geral, já que a procura pelos profissionais desta área caiu bastante, principalmente, após a greve dos caminhoneiros, entre os dias 20 e 31 de maio deste ano.
"O movimento gerou grande desconfiança em relação ao futuro do País. Logo, ninguém quer assumir um contrato de longo prazo, como é o caso do financiamento imobiliário", explica.
IMÓVEIS USADOS
Embora o panorama geral não esteja confortável, o setor de imóveis usados - principalmente aqueles que valem entre R$ 180 mil e R$ 250 mil - vem crescendo.
Inclusive, pesquisa recente do Crecisp, datada de julho deste ano, deu conta de que, no Interior do Estado, houve uma elevação de 38% das vendas deste tipo de edificações, em relação ao mês anterior.
O motivo, de acordo com Neto, é a queda da taxa de juros e a liberação do FGTS para a aquisição de imóveis de até R$ 1,5 milhão. "Este, também, é o momento para financiar um imóvel usado ou novo, afinal, o mercado está em retração e os bancos oferecem mais facilidades", justifica o presidente do Crecisp.
Quanto aos imóveis novos, o presidente da entidade diz que os bancos não estão financiando a sua produção, mas tudo aquilo que é feito com capital próprio é vendido rapidamente.
Atualizações
José Augusto Viana Neto esteve, no último mês, em Bauru para reunião com um grupo de corretores que integra o Crecisp, com o propósito de atualizá-los em relação às atividades da própria entidade. “Estamos atualizando os membros da entidade quanto às últimas decisões judiciais, como a da ação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, que não queria se submeter à fiscalização do Creci acerca dos crimes de transações suspeitas de lavagem de dinheiro. Porém, o Tribunal Federal, em Brasília, decidiu que eles têm de permitir a nossa inspeção. Trouxemos, ainda, as orientações sobre os procedimentos de fiscalização dos corretores que usam o nome fantasia, sem o devido registro. O Tribunal Federal também considerou a prática ilegal, obrigando todos a se regularizar”, pontua.
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