Caçador de Mim
Por tanto amor, por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz, manso ou feroz
Eu, caçador de mim
Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar longe do meu lugar
Eu, caçador de mim
Nada a temer
Senão o correr da luta
Nada a fazer
Senão esquecer o medo
Abrir o peito à força
Numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura
Longe se vai sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu, caçador de mim
Nada a temer
Senão o correr da luta
Nada a fazer
Senão esquecer o medo
Abrir o peito à força
Numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu, caçador de mim
Certamente você conhece está linda canção, composta em 1980.
Lá se vão 39 anos. Os compositores de Caçador de Mim são Sergio Magrão, do Grupo 14 Bis, e Luiz Carlos Sá, da dupla Sá e Guarabyra, letra imortalizada pela voz inigualável de Milton Nascimento.
Quem lê com alguma frequência minhas opiniões sobre a vida e o mundo nesta crônica semanal sabe que prezo pela linguagem escrita clara e simples, nem por isso rasa, que comunica com rapidez, sem apelo a contorcionismos verbais.
Imagino que todos, de um jeito ou de outro, estamos cansados de tanto blá, blá, blá e mi-mi-mi que aturamos no dia a dia deste país ainda sem rumo definido. Então, hoje busquei o belo, para dar um tempo ao tempo.
Também porque acho que as mudanças devem começar em cada um de nós e esta composição fala de sensações (medo), atitudes (luta), dualidades (armadilhas da mata escura) e autoconhecimento (eu, caçador de mim).
E de paixões que nos motivam, acima de tudo a paixão pela vida e pelos outros.
E ainda porque, cá entre nós, o tamanho desta coluna é grande e um textão toda semana, de cima até embaixo, cansa.
É incrível como a sensibilidade do artista recria, em poucas palavras, o que tratados sociológicos ou antropológicos consomem em milhares de verbetes e argumentos científicos. Claro que não os substituem. Não se trata disso. Mas as bem colocadas letra e melodia de uma música são uma forma muito eficaz, agradável e poderosa de tocar a alma e provocar reflexão imediata.
E é algo muito particular. A mim, hoje, fez bem ouvir. Talvez a você, não. Mais tarde, quem sabe...
Mas em algum momento, em algum lugar, na ocasião propícia, uma canção vai nos tirar das ondas médias do cotidiano e nos transportar à sintonia de mundo idílico, renovando energias vitais.
E seguiremos nos procurando...
"Por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim... Doce ou atroz, manso ou feroz...
Eu, caçador de mim".
Nota - Quer estiver lendo pela internet e quiser ouvir, é só acessar este link - https://www.youtube.com/watch?v=Se9XYKHQi3Y.
(Garanto que fará muito bem, pelo menos enquanto a música estiver tocando)