Entrevista da semana

Entrevista da Semana: Evandro Cini

Ana Beatriz Garcia
| Tempo de leitura: 5 min

A população já está acostumada a recebê-lo em suas casas, todos os dias, na hora do almoço. Com profissionalismo e simpatia que cativam a audiência, Evandro Cini leva informação para Bauru e região à frente do TEM Notícias 1.ª edição na TV TEM, afiliada à Rede Globo. Polido, solícito e sempre com um sorriso carismático no rosto, aos 31 anos, o jornalista formado pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) conta sua relação com Bauru, onde mora há 7 anos, criou laços e construiu sua família. Contador de histórias - como sonhava ser desde menino -, ele narra, nesta entrevista, momentos e coberturas que marcaram sua carreira. Além de sua relação com Bauru, os pais, a filha de 4 anos e com a esposa. Confira os principais trechos:

Jornal da Cidade - Como foi a sua infância?

Evandro Cini - Nasci em Santa Rita do Oeste, na região noroeste do Estado, com 2.500 habitantes. Sou de um família rural e o último de quatro irmãos. A raspa do tacho, como dizem. Minha infância foi no sítio, muito sadia. Lembro de ajudar meus pais na roça, e ter meus brinquedos feitos de madeira pelo meu pai.

JC - E quando você saiu de lá?

Evandro - Eu sempre tive vontade de fazer jornalismo, desde pequeno, por ser comunicativo, gostar de ler, contar histórias e de assistir telejornais na TV. Lembro de estar colhendo pinha com o meu pai quando disse que queria ser jornalista e ele deixou o balde cair no chão, porque não tínhamos condições de pagar. Mas estudei muito e passei em uma universidade pública.

JC - Depois da faculdade você começou a trabalhar em telejornais, inclusive, nesta região. O que te trouxe a Bauru?

Evandro - Sim, fiquei por lá, mas queria voltar para mais perto da minha família. Foi quando uma amiga veio para TV TEM e, quando houve uma vaga, sugeriu meu nome. Comecei em Itapetininga e, em 2012, vim para Bauru como repórter e apresentador.

JC - Já se sente acolhido pela cidade?

Evandro - Sim, na minha carreira, eu sempre morei um ano, no máximo, nos lugares. Aqui, eu já estou há 7 anos. Resolvi que este seria o local para me estabelecer por uns bons anos.

JC - Como é a receptividade das pessoas?

Evandro - Eu diria que o carinho das pessoas é meu combustível no meu dia a dia. Nossa rotina como jornalistas não é fácil, mas eu vejo na rua que as pessoas se sentem representadas, dou voz a elas quando eu faço uma cobrança ou mostro uma irregularidade. Fico muito grato em ver que me tratam como se eu fosse da família.

JC - De onde veio o 'tchau' que virou marca?

Evandro - Sempre tive o costume de falar tchau com a mão para as pessoas. Um dia fiz algumas vezes sem querer no jornal, depois não fiz mais e ligaram na TV pedindo que eu repetisse. Então, meu gerente falou para eu manter o encerramento e acabou pegando. Virou uma marca minha mesmo: "Fique com Deus e tchau".

JC - E a sua esposa? Se conheceram aqui?

Evandro - Sim, ela era publicitária na TV na época. Nos conhecemos por lá e começamos a namorar. Depois veio a grata surpresa que é a minha filha, Marina, que fez com que nossa união se tornasse ainda mais forte.

JC - E vocês se casaram recentemente?

Evandro - Sim, tivemos que nos adaptar a muitas coisas que um filho exige e, com a Marina maior, planejamos nosso casamento, que foi dia 1.º de dezembro de 2018.

JC - Você sempre posta nas redes sociais alguma coisa sobre sua filha. Como é ser pai?

Evandro - A Marina é uma fofa, como eu sempre falo para as crianças na TV. Eu sempre fui muito carinhoso e sempre respeitei muito os sentimentos que nascem dentro de uma família e ela veio para multiplicar isso dentro de mim. Nós somos muito amigos e parceiros. Cada vez que eu olho pro rosto da minha filha, eu vejo a esperança de que tudo vai dar certo.

JC - Tem alguma história que te marcou?

Evandro - Uma das coberturas que mais mexeram comigo foi o acidente envolvendo um caminhão e um ônibus que matou 13 estudantes de Borborema. Acompanhei toda a angústia da família daqueles estudantes e também o velório coletivo que foi o que mais mexeu comigo. Nunca vou esquecer a sensação que tive, como se não tivesse ar no lugar, estava quente, abafado. Além da tristeza, conforme os caixões iam chegando.

JC - Alguma marcou positivamente?

Evandro - Felizmente, tenho muito mais histórias boas do que coberturas ruins. Contamos a história de um senhor que esperava há semanas no Pronto-Socorro para conseguir uma vaga no hospital e, depois da reportagem, ele conseguiu a transferência - o que garantiu que a vida dele fosse salva, dado o estado crítico em que estava. Tempos depois, encontrei a filha deste homem na rua e ela disse: "Quero agradecer por ter parado para me ouvir por um minuto naquele dia em que contei sobre meu pai. Se não fosse isso, ele não estaria aqui".

JC - E já aconteceu algo marcante ao vivo?

Evandro - Já, também. No Mato Grosso do Sul, ainda, eu quis inventar e fazer um ao vivo em cima de um cocho. No meio da transmissão eu desequilibrei e cai no cocô de vaca. Para voltar foi muito difícil, o cinegrafista ir comigo no carro com aquele cheiro (risos). Minha sorte é que na época não tinham redes sociais como hoje.

JC - Quais as curiosidades que o pessoal não sabe sobre você?

Evandro - Várias coisas. Eu sei tocar teclado desde criança, faço crossfit, pratico natação e sou muito fã de esportes. Também tenho mania de digitar um nome qualquer em uma plataforma de música e começo a ouvir a playlist, simplesmente para conhecer músicas novas. E, claro, sou muito chegado em Chitãozinho e Xororó e nessas músicas que remetem ao campo.

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