No espaço de tempo que antecedeu ao lançamento do Bauru Ilustrado, fato que aconteceu em 13 de dezembro de 1974, portanto há 45 anos, grande foi o nosso esforço para conseguir colocar em prática aquela ideia. Primeiramente, pensávamos em lança-lo no mês de agosto, aniversário da cidade, porém muitos foram os problemas que surgiram.

Após os entendimentos mantidos com o Jornal da Cidade, em cuja oficina seria impresso, bem como a boa vontade do jornalista Nilson Costa, na época diretor do JC, decidimos que o número inicial iria sair em dezembro de 1974, edição essa correspondente também a janeiro de 1975, pois os primeiros números do BI circulavam de dois em dois meses.

O trabalho foi exaustivo, pois tínhamos de convencer as empresas bauruenses, que o nosso "quarto filho" iria abordar assuntos concernentes à então Cidade Sem Limites, no que se referia a história de pessoas mais simples e, ainda, destacar os acontecimentos históricos relativos aos diferentes setores profissionais.

No afã de ver o BI já nas mãos dos bauruenses e nas bancas, estávamos na dependência de conseguir apenas mais um apoio a fim de completar o número necessário de patrocinadores, inclusive para empatar a receita com a despesa, pois o desejo era apreciar o BI atingindo os lares bauruenses.

Foi quando fui visitar um possível patrocinador e, ao conversar, quase de tudo desisti. Disse-me ele, na ocasião: "A sua tabela é muito mais cara que a do Jornal da Cidade". Frisei, então, que o JC possuía oficina própria e que eu iria pagar para a sua confecção pois, o BI, até 1977 foi uma publicação particular que era distribuído pelas empresas patrocinadoras, nas ruas e nos edifícios comerciais e de apartamentos.

Disse então o cidadão: "eu vou patrocinar dentro da sua proposta, por três meses e, sabe por que? Respondi que não e continuou ele: "porque o seu jornal vai durar apenas três meses..." Aceitei aquele apoio, mas saí de lá pensando: "será que ele está certo?" Mas o tempo passou, o Bauru Ilustrado se tornou em um importante órgão da imprensa bauruense e, com esta edição, completa 45 anos de circulação ininterrupta. Quanto ao cidadão autor daquele prognóstico, nada mais soube. Se já teria falecido ou reside em outra localidade. Caso fosse possível com ele conversar, nos dias de hoje,? simplesmente diria: "O jornal que você afirmou que iria durar apenas três meses, está completando, neste final de 2019, exatamente 45 anos de circulação sem faltar um mês sequer".