José Milagre

FBI Desbloqueia Iphone 11

19/01/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Repercutiu nesta semana um artigo da revista Forbes confirmando que o FBI já tem capacidade de desbloquear até mesmo modelos mais atuais dos smartphones da Apple, sem apoio da empresa. A Revista cita o caso resolvido em 2019, com o desbloqueio de um Iphone 11 Pro Max onde o suspeito não tinha revelado as autoridades a senha.

GrayKey

O aparelho (hardware) que teria sido usado para essa façanha é denominado de GrayKey, um hardware que consegue ultrapassar a tela de bloqueio dos dispositivos. Ao que parece, a Apple tinha "contornado" esta intromissão no IOS 12, porém o hardware foi atualizado e continuaria sendo exitoso para invasões. Esta coluna procurou informações sobre a GrayKey. O site da GrayKey é um enigma, não mostra nenhum recurso do que o produto faria, apenas exibe uma tela para requerer acesso. Veja: https://graykey.grayshift.com/

Contribuição da Apple?

A questão que se coloca é: se o governo norte-americano, em tese, já consegue invadir celulares da Apple, qual a finalidade de exigir a contribuição desta em outros casos? É importante lembrar que a Apple já até venceu um processo contra o governo por se negar a auxiliar na quebra de sigilo dos titulares de aparelhos investigados. Se o governo já pediu à Apple que instalasse backdoors em seus aparelhos para, por exemplo, interceptar mensagens de suspeitos de terrorismo, não se sabe afirmar, porém, é fato que a Apple não está nada disposta em ajudar neste sentido. E por quê?

Proteção de dados e Apple

A Apple é uma empresa que nos últimos anos reforçou a necessidade de uma proteção de dados. Viu uma grande oportunidade de negócios. Uma das maiores preocupações era com a Siri, o reconhecimento de comando de voz dos smartphones. Na declaração que encontramos em https://www.apple.com/br/newsroom/2019/08/improving-siris-privacy-protections/ a empresa informa que "Nossos produtos são desenvolvidos para proteger os dados pessoais dos usuários e sempre estamos trabalhando para fortalecer essas proteções. O mesmo vale para os nossos serviços. Nosso objetivo com a Siri, a assistente inteligente pioneira, é oferecer a melhor experiência possível a nossos clientes e, ao mesmo tempo, proteger cuidadosamente a privacidade deles. Sabemos que nossos clientes ficaram preocupados com os relatos de que outras pessoas escutavam os áudios gravados pela Siri durante uma das etapas do nosso processo de controle de qualidade para a Siri - o que chamamos de avaliação. Nós ouvimos a preocupação de nossos clientes e, imediatamente, suspendemos a etapa de avaliação humana da Siri e iniciamos uma revisão completa de nossas praticas e políticas. Dessa forma, decidimos fazer algumas mudanças na Siri."

Perfil de marketing?

Uma dúvida constante das pessoas que recebemos na coluna é se os comandos de voz transmitidos poderiam ser usados para propaganda e marketing. Vamos falar de Apple. Segundo a Apple, os dados da Siri que são armazenamos nos servidores não são usados para criar um perfil de marketing e nunca são vendidos para terceiros. Assim, os dados da Siri são usados somente para melhorá-la, declarando ainda a empresa que estão desenvolvendo tecnologias para que a Siri seja ainda mais segura.

Você tem medo

de ser monitorado?

Provedores de aplicações como a Apple estão em constante dilema, considerando que são pressionados por alguns governos para fornecerem informações. Por outro lado, têm contra si rigorosas leis de proteção de dados. Você acha mesmo que alguns governos possuem códigos maliciosos em celulares e telefones, com consentimento das fabricantes, para monitorar pessoas? Escreva para consultor@josemilagre.com.br

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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