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Vigília marca os 7 anos de tragédia


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Santa Maria - Os familiares das vítimas da tragédia da Boate Kiss iniciaram vigília na noite deste domingo. A cerimônia marca os sete anos do incêndio que matou 242 pessoas em 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria (RS).

As homenagens começaram ainda na noite deste domingo, e se estenderam ao longo da madrugada e de todo o dia de segunda-feira (27), data da tragédia. Os familiares iniciaram as homenagens na Praça Saldanha Marinho e, depois, se reuniram em frente ao prédio onde funcionava a casa noturna.

JANEIRO BRANCO

Houve mais lembranças. Cicatrizes são marcas que, geralmente, as pessoas procuram esconder. Mas, prestes a completar-se sete anos da segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio, sobreviventes da boate Kiss decidiram usar as marcas, não apenas aquelas na pele, mas também as de traumas, para ajudar outras pessoas.

A campanha "janeiro branco" reuniu seis jovens que conseguiram sobreviver ao incêndio em 27 de janeiro de 2013 para depoimentos em vídeo e uma exposição fotográfica que ressaltam a importância da saúde mental. Todos estavam na boate onde ocorria uma festa universitária em Santa Maria (a 300 km de Porto Alegre).

A alegria tomou ares de tragédia depois que um artefato pirotécnico usado pela banda atingiu a espuma improvisada que foi utilizada no revestimento acústico da boate. Ao queimar, ela liberou cianeto, matando envenenadas 242 pessoas e deixando mais de 600 feridas.

PERSONAGEM DE SI MESMA

Uma das protagonistas da campanha é Juciane Bonella, 28. Ela conta que o tratamento psicológico e psiquiátrico há sete anos a ajuda. Primeiro, auxiliou a jovem a passar pela fase de luto pelas quatro amigas que morreram no incêndio.

"Num segundo momento, ajudou a me aceitar com tantas cicatrizes pelo corpo. E, agora, a voltar a ser a Juciane que havia se transformado na 'menina da Kiss', como passaram a me chamar nos lugares que frequento" diz a veterinária, que já sofreu mais de vinte intervenções cirúrgicas, pois teve 25% do seu corpo queimado.

As imagens registradas pelo fotógrafo Derli Junior são fortes, mas sensíveis. Ele procurou mostrar, que passados sete anos, eles ainda levam consigo marcas físicas e psicológicas.

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