Conversando com o Bispo

Sal da Terra e luz do mundo

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09/02/2020 | Tempo de leitura: 3 min
Dom Rubens SevilhaBispo Diocesano de Bauru

Jesus diz a nós, seus discípulos: "Vós sois o sal da terra. Ora se o sal se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não serve para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus" (Mt 5, 13-16).

O sal, na antiguidade, tinha duas funções: dar sabor e conservar alguns alimentos. Ambas as funções, mas especialmente a primeira, persistem até os nossos dias. A segunda, mais raramente, é usada nas carnes conservadas no sal. No rito do batismo ainda consta a possibilidade do padre entregar uma pitada de sal à mãe da criança com as seguintes palavras: "Vocês são o sal da terra, disse Jesus". Em seguida a mãe coloca um pouco de sal na boca do filho que, geralmente, faz uma deliciosa careta diante dos pais e padrinhos extasiados.

Na bênção da água o celebrante pode, opcionalmente, misturar o sal à água rezando assim: "Deus de bondade, abençoai o sal que mandastes o profeta Eliseu lançar na água para torná-la fecunda. Fazei, ó Deus, que por toda parte onde esta mistura de água e sal for aspergida, seja afastado todo ataque do inimigo, e guarde-nos constantemente à presença do Espírito Santo. Amém" (Sacramentário, Ed. Vozes, 1995).

Antes da luz elétrica, a única maneira de iluminação era o fogo. Quase todas as religiões usam o fogo em velas, tochas, fogueiras ou, atualmente, lâmpadas elétricas, para expressar a presença luminosa de Deus. As velas querem também expressar a luz da nossa fé. Um caso raro na liturgia é a bênção do fogo, que acontece uma única vez ao ano, na vigília pascal, onde o celebrante inicia a celebração abençoando a fogueira preparada em frente à Igreja com a seguinte oração: "Ó Deus, que pelo vosso Filho trouxestes àqueles que creem o clarão da vossa luz, santificai este novo fogo. Concedei que a festa da Páscoa acenda em nós tal desejo do céu, que possamos chegar purificados à festa da luz eterna. Por Cristo, nosso Senhor. Amém".

Em muitas ocasiões litúrgicas usamos a vela acesa para expressar tanto a presença luminosa de Deus, que é a luz verdadeira que ilumina o nosso mundo, como também a chama da vela simboliza a fé que ilumina os caminhos escuros da nossa vida.

A vida sem Deus é uma vida sem sal, sem Ele nossa vida fica sem gosto e, pior ainda, começa lentamente a apodrecer. O sal da fé torna a nossa vida saborosa, mesmo em meio aos sofrimentos inevitáveis da condição humana. O sal de Deus não permite que a nossa alma apodreça no orgulho e na maldade, mas protege sua saúde, fortalecendo-a na árdua luta da vida.

Onde encontrar esse maravilhoso sal de Deus e essa luz divina? "Peçam e lhes será dado. Procurem e encontrarão. Batam e lhes será aberto. Pois todo aquele que pede recebe, quem procura encontra, e a quem bate se abrirá" (Mt 7,7). Portanto, segundo as próprias palavras de Jesus, basta desejar com sinceridade e aproximar-se de Deus. A graça amorosa do Pai não falta e nem falha.

O sal de Deus é a bondade. Ser bom e fazer o bem tornam saborosa a vida ao seu redor. A luz de Deus é o seu amor misericordioso e eterno. Sem luz, a alma egoísta, trancafiada no quarto escuro de si mesma, mofa e adoece. Abramos a porta do nosso coração e deixemos a luz de Deus entrar. Seja feliz!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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