Tribuna do Leitor

Expansão marítima: O imaginário Europeu

João Vitor Olímpio, graduando do 2º ano de História da Unisagrado
| Tempo de leitura: 2 min

Mito e realidade, fantasia e fatos, elementos que eram encontrados em um mesmo relato, cujo objetivo residia apenas em obter prazeres no deleito da diversão, agindo de tal forma de desprezo a veracidade cientifica. Ao falarmos sobre a expansão marítima e comercial, costumamos salientar um amplo número de razões políticas e econômicas que possibilitam a ocorrência de tais fatos históricos. Sem dúvida nenhuma, foram esses, um dos fatores fundamentais para a compreensão neste novo momento, em que o homem sai de sua terra de origem para descobrir outras localidades ao redor do mundo.

Tendo fortes traços medievais, esses relatos tinham como base pensamentos religiosos, ao alternar em relatos que faziam lembrar a busca ao paraíso perdido ou a temível descoberta do inferno, já que muitos europeus acreditavam que em algum momento, o oceano acabaria, dando lugar a um enorme abismo, tidos por eles como sendo a entrada para o inferno.

A América encontrada por Cristóvão Colombo, em meio a mares que jamais haviam sido navegado, incorporando-se ao imaginário, conforme atribuídos e destinados a ele, antes mesmo da época das navegações. O fértil imaginário europeu, já tinha construído este "Novo Mundo", restando para Colombo apenas a comprovação desses relatos.

Até o século XIV, o conhecimento que se tinha na Europa a respeito de outros lugares do mundo era apenas algo bastante restrito. Os europeus do século XV, costumavam misturar conhecimentos geográficos com lendas, realidade com imaginação. Acreditavam por exemplo, na existência de países imaginários e monstros marítimos, que residiam no mar, sendo de tamanhos imensuráveis, podendo assumir variáveis formas, incluindo dragões e serpentes do mar. Além de poderem ser viscosos e escamosos, eles eram geralmente vistos como navios inimigos, a espera de oportunidades para atacar e afundar embarcação.

Essa visão maniqueísta de origem medieval não foi simplesmente abandonado a partir do momento em que os europeus criaram técnicas de navegações seguras e desmentiam vários dos mitos sobre as terras distantes, utilizando os próprios registros cartográficos do século XVI, temos uma série de imagens e gravuras que demonstram essas concepções de maneiras ainda mais claras. A partir daí podemos compreender que as grandes navegações de fatos assinalaram um novo momento da história onde os homens europeus ampliavam a sua visão de mundo.

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