José Milagre

Fakechat: golpe digital afeta homens

15/03/2020 | Tempo de leitura: 3 min

 Tem crescido o reporte de golpes digitais envolvendo homens nas redes sociais. O principal deles é a extorsão envolvendo a exposição íntima de homens para perfis desconhecidos. Funciona assim: um perfil feminino adiciona o homem e começa a conversar com ele. Em dado momento, a intimidade aumenta até que o perfil "se expõe" abrindo a cam ou enviando fotos, que faz o homem pensar ser da pessoa do outro lado do computador. Neste ponto, ele é convidado a se expor. Neste momento, começa a tensão. O perfil normalmente muda o teor, diz que está passando dificuldades e já solicita o depósito em dinheiro.

E caso se negue a pagar...

Caso haja resistência, a extorsão começa. O perfil levanta dados sobre filhos, familiares emprego e envia à vítima, inclusive com um "print" de uma de suas fotos expostas ou vídeo. A ameaça é clara. "Se não me pagar, tudo irá para a Internet". Em alguns casos que identificamos, o criminoso cria uma "página dossiê" com fotos do homem e com as fotos íntimas e divulga apenas para o homem, como forma de coação e alerta.

Fake chat?

Em outras situações ainda mais graves, quando o golpista percebe que a vítima não vai se expor, ele "cria" as fotos, enviando montagens que não são da vítima, ameaçando divulgá-las, alegando que "capturou do seu computador". A audácia dos criminosos é tão grande que em muitos casos os bandidos simulam conversas que não existiram, usando aplicativos que hoje conseguem realizar simulações de conversas, como o "Fakechat conversations", que vem, infelizmente, sendo utilizado para simular conversas que nunca existiram, mas que servem para destruir a reputação de pessoas.

E com mulheres?

Um golpe muito comum parecido com este e que tem feito muitas mulheres vítimas é o da "falsa pornografia", onde bandidos divulgam uma foto de rosto da mesma juntamente com vídeos de atos íntimos que não são seus, mas fazendo a maliciosa associação. Os danos são muito graves, pois, infelizmente, quem recebe não checa ou a acaba repassando. Essa conduta é criminosa!

O que fazer e como agir?

A recomendação inicial é manter a calma, jamais apagar as conversas, pois elas podem ser provas, não realizar pagamento algum e registrar a ocorrência. Em alguns casos, informar que não é a pessoa envolvida e alertar para que amigos e contatos não dialoguem com um estranho é útil. Hoje é possível adotar medidas para identificar quem está por trás da extorsão e impedir que este conteúdo ofensivo continue circulando. Quanto mais rápido agir, melhor. Vale também conscientização e atuação preventiva, evitando-se contatos e exposição íntima com pessoas desconhecidas.

E para quem recebe?

Cuidado com decisões que toma com base nestes conteúdos. Infelizmente, a tecnologia pode ser usada para boas e más finalidades. Bom senso e jamais compartilhar conteúdos desta natureza é fundamental. Se conhece a vítima, avise-a e preserve o conteúdo. Lembre-se: milhares de pessoas são vítimas de crimes digitais no Brasil diariamente e ninguém está 100% seguro. Amanhã pode ser você precisando de ajuda.

IDCI ajuda vítimas

O Instituto de Defesa do Cidadão na Internet (IDCI) oferece apoio técnico e emocional a vítimas de crimes digitais ou violações a dados, orientando e representando vítimas. Tem um projeto IDCIEduca que leva nas escolas educação digital para uso seguro da tecnologia. Para saber mais acesse no faceboook @idcibrasil. Você conhece alguém que foi vítima de fraude ou golpe digital? Conte pra nós, envie sua mensagem para consutor@josemilagre.com.br

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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