Contexto Paulista

Boas notícias sobre o Coronavírus

Esta coluna, publicada pela associação Paulista de Jornais pode ser lida e atualizada em www.apj.inf.br - Publicação simultânea nos jornais da Rede Paulista de Jornais, formada por este jornal e outros 13 líderes de circulação no Estado de São Paulo

22/03/2020 | Tempo de leitura: 3 min

A pandemia de gripe de 1918 causou mais de 25 milhões de mortes em menos de 25 semanas. Algo semelhante poderia acontecer novamente hoje? Provavelmente não. Essa é a opinião de Ignacio López-Goñi, professor de microbiologia na Universidade de Navarra, Espanha. Nunca estivemos tão preparados para combater uma pandemia, diz ele em artigo publicado no site The Conversation, que aborda jornalismo e ciência. O site não tem fins lucrativos e é financiado pela universidade e pelo setor de pesquisa, governo e empresas. Seus colaboradores são autores acadêmicos. As boas notícias são fundamentais para compreender o cenário provocado pela pandemia do coronavírus à luz dos avanços da ciência sobre esse tema, manter a confiança e agir com equilíbrio na prevenção e enfrentamento da doença. Suas ideias foram traduzidas pela BBC para o Brasil. Segue um resumo dos tópicos abordados, que formam uma espécie de Manual das Boas Notícias sobre Coronavírus.

1. Sabemos quem é

Os primeiros casos do novo coronavírus foram relatados na China em 31 de dezembro de 2019 e em 7 de janeiro o vírus já havia sido identificado. O genoma estava disponível no dia 10. As análises genéticas confirmam que ela tem uma origem natural recente (entre o final de novembro e o início de dezembro) e que, embora os vírus sofram mutações, sua frequência de mutação não é muito alta.

2. Sabemos como detectá-lo

Desde 13 de janeiro está disponível para todos um teste de RT-PCR para detectar o vírus. Nos últimos meses, esses tipos de testes foram aperfeiçoados e tiveram sua sensibilidade e especificidade avaliadas.

3. Na China, situação melhora

As fortes medidas de controle e isolamento impostas pela China estão gerando resultado. Há semanas, o número de casos diagnosticados diminui a cada dia. Em outros países, está sendo realizado um acompanhamento epidemiológico muito detalhado. Os focos são muito concretos, o que permite que eles sejam controlados mais facilmente. Por exemplo, na Coreia do Sul e em Cingapura.

4. 81% dos casos são leves

A doença não causa sintomas ou é leve em 81% dos casos. Em 14%, pode causar pneumonia grave e em 5% pode se tornar crítica ou letal.

5. Cura

Paciente recebe alta de hospital em Wuhan, epicentro do surto na China. Os únicos dados que às vezes são mostrados na mídia são o aumento no número de casos confirmados e no número de mortes, mas a maioria das pessoas infectadas é curada. Há 13 vezes mais pacientes curados do que mortos, e a proporção está aumentando.

6. Quase não afeta menores

Apenas 3% dos casos ocorrem em menores de 20 anos e a mortalidade em menores de 40 anos é de apenas 0,2%. Nas crianças, os sintomas são tão leves que podem passar despercebidos.

7. Já existem protótipos de vacinas

Nossa capacidade de projetar novas vacinas é espetacular. Já existem mais de oito projetos contra o novo coronavírus. Existem grupos que trabalham em projetos de vacinas contra outros vírus semelhantes e agora tentam adaptar as pesquisas. O que pode prolongar seu desenvolvimento são todos os testes necessários de toxicidade, efeitos colaterais, segurança, imunogenicidade e eficácia na proteção. É por isso que se fala em vários meses ou anos, mas alguns protótipos já estão em andamento.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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