Contexto Paulista

Turismo cria "mutirão" e mantém eventos para segundo semestre

10/05/2020 | Tempo de leitura: 4 min

Dos 462 eventos do calendário oficial do turismo paulista de 2020, apenas 18% foram realizados entre janeiro e a primeira quinzena de março, mas 39% da programação prevista para o segundo semestre estão mantidos. Além disso, 17% foram adiados do primeiro semestre para o período de julho a dezembro, 23% estão suspensos e aguardando confirmação de data e 3% acontecerão somente em 2021. Os dados são do projeto Visita São Paulo, da Secretaria de Turismo do Estado, que criou uma plataforma para disseminar boas práticas, dados econômicos, campanhas e linhas de crédito para o setor de turismo em todo o Estado em tempos de pandemia. A ação se dará em parceria com a Fundação Instituto de Administração, formada por professores da USP. Trata-se do “Mutirão do Turismo”, que foi apresentado em conferência online esta semana a 180 participantes entre prefeitos e secretários municipais das diversas regiões do Estado.

Boas práticas

Na reunião, foi definida uma agenda de videoconferências com as 70 estâncias e os 140 Municípios de Interesse Turístico (MITs) do Estado de São Paulo para tratar da mobilização para as medidas de enfrentamento e diminuição dos efeitos da covid-19. A seção de boas práticas, por exemplo, mostra iniciativas em diversas áreas como nos segmentos de alimentação e hotéis, doações e incentivos ao pequeno comércio. “São ideias inspiradoras que podem ser compartilhadas e ajudar a amenizar as dificuldades deste momento”, diz o governo do Estado.

Linhas de financiamento

A plataforma dá acesso ao Programa de Crédito Turístico, criado pela agência Desenvolve SP para viabilizar linhas de financiamento em condições especiais oferecidas por instituições parceiras (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Povo e BNDES). Desde 17 de março, o programa já recebeu mais de 1,8 mil pedidos de recursos, sendo 97% deles para capital de giro. “Esse fôlego é importante em um cenário como o atual”, diz o secretário Vinicius Lummertz. “Como mais da metade dos pedidos são de pequenas e médias, em algum momento esta ajuda chegará aos que ficaram sem reservas para enfrentar a crise”.

Efeitos no setor

O portal também publica as edições diárias dos boletins do Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), produzidos desde março para monitorar a evolução da pandemia e seus efeitos no setor de turismo, considerado um dos mais afetados pela crise. As publicações trazem informações gerais, dados econômicos, estudos e recomendações sobre o assunto no país e no mundo.

Dia Nacional do Turismo

Nesta sexta-feira, 8 de maio, comemorou-se no país o Dia do Turismo. No Brasil, são 2.694 municípios e 333 regiões turísticas mapeados, segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM). “O turismo enquanto atividade que impacta mais de 52 segmentos da economia, foi o primeiro a sofrer grandes percalços devido à pandemia e, por isso, talvez seja o último a sair da crise”, segundo avalia a entidade. “Nesse sentido, o impacto econômico direto da interrupção das atividades turísticas nos municípios e na vida da população que depende dessa atividade é devastador, já que o setor é inclusivo e gerador de riquezas”.

Pós-coronavírus

A CNM lançou a campanha “Municípios Juntos pelo Turismo” com o objetivo de construir uma pauta estratégica para o momento da retomada do turismo nos municípios e apoiar na divulgação de destinos turísticos. Para tanto, criou um espaço nas suas redes sociais para divulgar vídeos promocionais de diversos destinos com o objetivo de “cativar o interesse do viajante” e convidar o público a concretizar, passada a crise, o desejo de desfrutar dos atrativos. “A CNM aposta no potencial do turismo para fazer frente aos desafios do pós-pandemia”, divulgou o órgão. “Além disso, acredita que o setor turístico será a força motriz para a retomada da normalidade e um propulsor do desenvolvimento no Brasil”.

Startups e a covid-19

Considerado o padrão-ouro no diagnóstico da covid-19, o teste de RT-PCR ainda tem sido pouco realizado no Brasil. A principal razão é a falta dos reagentes necessários para executá-lo – todos importados, e escassos no mercado. A fim de diminuir a dependência externa desses insumos e contribuir para aumentar a disponibilidade desse tipo de exame no país, pesquisadores da Unicamp estão produzindo matérias-primas e estabelecendo protocolos para utilizar reagentes produzidos por startups de biotecnologia situadas em São Paulo nos testes de diagnóstico de covid-19 por RT-PCR feitos na instituição.

IPT se engaja

Para somar esforços no enfrentamento à pandemia da covid-19, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e a startup de biotecnologia Aptah BioSciences uniram esforços para desenvolver um teste rápido, com espera máxima de uma hora para o resultado, sem necessidade de deslocamento ou exposição ao ambiente hospitalar. A realização de testes em massa para diagnosticar pessoas infectadas pelo novo coronavírus é apontada como uma das estratégias bem-sucedidas de países como a Coreia do Sul, para conter o avanço da enfermidade.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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