Penso que o escritor Afonso Henriques de Lima Barreto, ou simplesmente Lima Barreto, não fazia ideia de como o Brasil seria um grande espetáculo cheio de público em pleno século XXI, com tantas modernidades e acesso ao conhecimento.
Se naquele período ele tinha a certeza de que o Brasil não tem povo e sim público, o que ele diria do nosso País hoje? O escritor nasceu no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881 e ali faleceu no dia 1 de novembro de 1922.
Hoje talvez dissesse novamente: "O Brasil não tem povo, tem público. Povo luta por seus direitos, público só assiste de camarote". Levando em conta o que disse o cronista carioca Lima Barreto na sua existência, passo a crer que o nosso país é mesmo uma peça de teatro bem ensaiada com um grande público à prestigiar.
Parece que as coisas andam por aqui quando alguém resolve lutar. Mas uma luta solitária muitas vezes não chega tão longe.
Um tempo atrás calar-se era sinônimo de medo, na minha opinião, é sinônimo de comodismo. Se aquela pessoa está habituada à vida que tem talvez ela deixe de fazer algo a mais.
Na sua percepção, se não está tão ruim, pior não ficará. E onde entra os nossos direitos nesse contexto? Vejamos... Quem não luta não sonha. Obviamente deixando de lutar não vai correr atrás de seus direitos e melhorias na sua vida. Ou seja, será apenas mais uma pessoa no camarote.
A autora é cronista e poetisa.