Contexto Paulista

Engenharia genética abre caminho para biocombustível da cana

18/10/2020 | Tempo de leitura: 4 min

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) desenvolveram, por meio de técnicas de engenharia genética, um fungo capaz de produzir um coquetel de enzimas que degrada a biomassa. Por esse processo, as enzimas atuam de forma coordenada na quebra e conversão de carboidratos da palha e do bagaço da cana-de-açúcar em açúcares simples, que podem sofrer fermentação e, assim, se transformar em biocombustível. A descoberta abre caminho para maior aproveitamento dos resíduos da cana-de-açúcar na fabricação de biocombustíveis. O desenvolvimento de um coquetel de enzimas de baixo custo representa um dos principais desafios para a produção do etanol de segunda geração (derivado do bagaço e da palha da cana-de-açúcar). O trabalho foi patenteado e teve artigo publicado na revista Biotechnology for Biofuels. A informação foi divulgada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, sendo que São Paulo responde por aproximadamente 55% da área cultivada no país.

Massa seca disponível

Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com uma moagem de cana da ordem de 633 milhões de toneladas por safra, o Brasil gera cerca de 70 milhões de toneladas de massa seca de palha. No entanto, pouco dos resíduos é aproveitado para a produção de etanol. Praticamente todas as enzimas utilizadas no Brasil para a degradação de biomassa são importadas de um grupo restrito de empresas estrangeiras que detêm essa tecnologia sob segredo industrial. Com esse contexto, o coquetel enzimático importado pode representar até 50% do custo de produção do combustível.

Negócios do bem

O governo paulista, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e em parceria com a empresa Datalogix, lançou a plataforma Negócios do Bem, para conectar fornecedores de insumos e matérias-primas com empresas produtoras, promovendo as companhias paulistas e gerando negócios. O Negócios do Bem tem como objetivo ser o meio entre fornecedor e produtor, ou empresas que tenham excedente de insumos que possam contribuir entre si, possibilitando o “match” entre oferta e demanda, fazendo com que a produção de itens indispensáveis de abastecimento para a população não sejam paralisados ou prejudicados, encurtando distâncias e permitindo a realização de negociações e contatos.

Como entrar

O cadastro de anunciante vendedor é aberto para empresas paulistas que desejam fornecer seus produtos para outras empresas, e pode ser realizado através do portal www.negociosdobem.sp.gov.br. A utilização do portal é gratuita, e não será cobrada nenhuma taxa de adesão ou tarifa sobre negócios realizados.

No Vale

A Nestlé Brasil inaugurou seu Centro de Inovação e Tecnologia dentro do Parque Tecnológico de São José dos Campos, segundo o jornal O Vale, da Rede APJ (Associação Paulista de Portais e Jornais). O espaço será dedicado ao desenvolvimento de tecnologias e impulso à inovação.

Frase

“Um centro como este gera impactos positivos na região e principalmente na economia, pois movimenta desde universidades por meio de projetos de pesquisa até parceria de negócios com empresas inovadoras, assim gerando grandes oportunidades e fortalecendo a referência da nossa região no tema indústria 4.0” - Alexandre Barros, head do Nexus hub de inovação do Parque Tecnológico de São José dos Campos.

Conjuntura

* As vendas no varejo brasileiro cresceram 3,4% em agosto na comparação com julho, segundo o IBGE. Com esse resultado, o volume de vendas do varejo atingiu o maior patamar da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, ficando 2,6% acima do recorde anterior, de outubro de 2014. Frente a agosto de 2019, na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista cresceu 6,1%.

* A retomada da economia está se refletindo no aumento do número de empresas em funcionamento. Segundo o Mapa de Empresas do Ministério da Economia, em setembro foram abertos 252.840 negócios a mais do que foram fechados. Em 31 de agosto, havia 19.289.824 empresas ativas no país. Em 30 de setembro, o número aumentou para 19.542.664. As atividades econômicas de maior destaque na criação de empresas em setembro foram: cabeleireiros, manicure e pedicure; comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios; comércio varejista de bebidas; restaurantes e similares.

* O volume de vendas do comércio varejista brasileiro teve alta de 3,4% na passagem de julho para agosto deste ano. Com o resultado, o indicador atingiu o maior patamar da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), iniciada em 2000, ficando 2,6% acima do recorde anterior, de outubro de 2014. Essa foi a quarta alta consecutiva do indicador,

Visibilidade internacional

A pesquisa voltada para a inovação, além de resultar na criação de novas empresas que geram empregos e arrecadação para o Estado, podem trazer também benefícios sociais diretos e melhorar a qualidade de vida da população. Alguns desses exemplos foram apresentados pela Fapesp durante evento de Ciência e Inovação realizado online.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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