José Milagre

Sedecon: qual a visão para a inovação em Bauru nos próximos anos?

14/02/2021 | Tempo de leitura: 3 min

Estivemos na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Bauru, em papo com secretário Charlles D'Angelus, para falar um pouco sobre inovação, cidades inteligentes e os planos para Bauru para os próximos anos. Charlles D'Angelus, que criou um dos projetos pioneiros de e-commerce no Nordeste em 2007 para o Hollding Oboé S/A, quando somente grandes empresas operavam no Brasil, como a B2W, é ligado às questões de tecnologia e nos falou sobre o primeiro mês na pasta.

Como vê a inovação para as cidades?

Charlles D'Angelus avalia que deve-se pensar inovação em múltiplos olhares. "O que é inovação?" foi a primeira pergunta que nos fez o secretário. Ele nos conta que em 2005 leu "O Mundo é Plano", escrito por Thomas Friedman, que analisa o progresso da globalização, e que esse livro o impactou muito em várias áreas. E uma delas foi a inovação. Charlles informou que pensa inovação através da interlocução de quatro atores principais dentro desse processo, sendo eles: setor privado, setor público, setor técnico e o cidadão. E que cada um desses atores possui percepções sobre inovação um pouco diferente uns dos outros.

Segundo Charles, "o setor privado entende inovação como um processo disruptivo, já o setor público vê inovação como um grande capital político, enquanto o setor técnico entende inovação como um processo de soluções eficientes que impactam a vida das pessoas e das corporações, e por fim, o último ator e o mais importante, que é o cidadão, entende inovação como novos serviços que podem facilitar sua vida. O desafio, agora, é criar um diálogo entre essas agendas e fazer uma 'Agenda Única de Inovação' de forma efetiva muito mais do que afetiva".

Em sua ótica, deve-se considerar inovação não somente dentro da academia. "Não podemos criar uma camisa de força e pensar que inovação está somente dentro dos setores acadêmicos. Eles são muito importantes, é claro, mas não são os únicos dentro desse ecossistema tecnológico", salienta.

Com que desafios se deparou na Sedecon?

"Logo que cheguei, identifiquei um problema de comunicação e ligação entre os pontos e diversos atores que fazem inovação. Percebemos que esses atores e setores não se conversavam muito e que cada setor pendia para seu lado. Temos muito a fazer no sentido de construir essas pontes, pois todos são essenciais nesse processo", diz Charlles D'Angelus. O secretário estava se referindo a técnicos, empreendedores, poder público e investidores em negócios digitais.

Muito se falou no passado sobre a criação do "Centro de Inovação na Cidade". Inclusive, em 2018 anunciou-se que o local abrigaria uma incubadora de empresas. Iniciativas interessantes em cidades boas para startups são os hubs online, que congregam startups e o setor de tecnologia, aproximando empreendedores, aceleradoras, clientes, centros de pesquisa, investidores etc.

Quais os planos?

"Ainda é tudo muito recente, e estamos avaliando todo o cenário. Existe um legado que já foi muito bem construído na Sedecon e esse legado não pode ser desmanchado, ele é o nosso ponto de partida. Precisamos avançar, sair das margens e ir para as águas profundas agora, navegar por lugares desconhecidos, turbulentos, sim, mas é em alto mar que se encontram as grandes oportunidades", enfatiza Charlles D'Angelus.

Já temos uma agenda para negócios inovadores e startups regionais?

O grande desafio, na avaliação de Charlles D'Angelus, é como realizar e um inventário e o mapeamento desse ecossistema inovador. "A agenda de business tecnológica começa a surgir depois disso. Então, precisamos dar um passo para trás e não queimarmos etapas, justamente para não frustrar nenhum dos atores que citamos dentro do processo."

E você, o que pensa sobre inovação para cidade? Bauru é uma cidade que incentiva startups? Quais os desafios? Envie sua opinião para consultor@josemilagre.com.br e vamos trazê-la aqui.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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