Se meta e profissionais para atingi-la em 2022 remetem a desejos renovados de ano novo, o planejamento tem sido diferente. Em anos anteriores, o Noroeste conseguiu definir elenco com antecedência, o que propiciou uma pré-temporada mais longa, largando na frente na preparação para a disputa. Desta vez, o clube encontra mais dificuldade na montagem do grupo, na sempre complicada missão de buscar reforços que se encaixem no perfil da divisão, supram necessidades identificadas do time e estejam em uma faixa de investimento financeiro viável. Sem dinheiro sobrando, não há margem para erros. Portanto, a avaliação tem sido extremamente criteriosa.

Com uma base de jogadores que já se conhecem e estão habituados ao trabalho de Martins, a questão de entrosamento não deve pesar mesmo com tempo de preparação mais curto antes da estreia. Este é um dos trunfos da continuidade.

Maior mudança

Mas a diferença mais significativa em relação a temporadas anteriores é a própria transformação do clube. O ano de 2022 traz uma mudança profunda e histórica no Noroeste. E aí são desejos de sucesso na novidade da Sociedade Anônima do Futebol. O Norusca clube-empresa deve ser sacramentado nesta semana, quando também devem ocorrer a apresentação dos uniformes da temporada e liberação para jogos no Alfredão com laudo de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros renovado, após reformas no estádio. Na ocasião, também devem ser oficializados Reinaldo Mandaliti, empresário e conselheiro do Noroeste, como proprietário e responsável pelo Noroeste SAF e nomes da gestão do novo clube-empresa.

O maior desejo da torcida alvirrubra é chegar ao final de 2022 já começando a pensar em subir para a elite estadual no ano seguinte e com o clube estruturado, com perspectiva de saneamento e crescimento. O Noroeste não merece estar na Série A3, muito menos permanecer tanto tempo nela.

E o real potencial?

E falando no final de ano, 2022 traz uma novidade no calendário do futebol mundial, que é a realização da Copa no fim do ano. A competição vai ocorrer entre 21 de novembro e 18 de dezembro, no Catar. E aí não há desejo mais renovado por todas as torcidas das seleções que estarão em campo do que levantar a taça. Até mesmo aqueles que torcem por equipes que tem remotas chances, afinal, desejo é próximo do sonho e sonhar não custa nada, como diz um velho samba-enredo. "Sonho realista" ou não.

E quais as chances do Brasil? Difícil mensurar. A Seleção entra sempre protagonista e a expectativa é brigar pelo título. As quartas de final têm sido um desagradável limite, exceção de 2014, mas de 2014 é bom nem falar... O certo é que é difícil saber as reais condições do Brasil. É claro que estamos em um grupo de oito, dez seleções que chegam com chances, mas, enquanto na Europa as equipes se enfrentam em jogos de alto nível, tivemos um ciclo todo alijados de embates que possam nos dar a dimensão do atual potencial do Brasil.

Talento individual não falta, é certo. Mas qual o real poderio coletivo deste time? Em qual nível a equipe está em relação aos outros candidatos ao título? Talvez só saibamos quando começar o mata-mata no Catar. Ou no momento que enfrentarmos aquela tradicional seleção europeia "chata" da fase de grupos. Espero que não descubramos tarde demais. Que o Noroeste seja promovido e o Brasil conquiste o hexa. São meus desejos renovados!