Economia & Negócios

Comércio lidera total de empresas abertas e fechadas no ano passado

Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 3 min

O setor do comércio foi responsável pela abertura da maioria das empresas constituídas no ano passado em Bauru e também pelo maior número de estabelecimentos fechados no período. Segundo dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) na cidade, 31,3% das 1.981 novas empresas formalizadas em 2021 pertencem ao segmento comercial, assim como 43,3% das 998 que fecharam e deram baixa no CNPJ junto ao órgão.

O levantamento abrange de microempresas a empresas de grande porte de todos os ramos e não considera o registro de microempreendedores individuais (MEIs). De acordo com Cris Moreno, administrador do Escritório Regional da Jucesp de Bauru, o resultado reflete o perfil da matriz econômica do município, alicerçado essencialmente em comércio e serviços.

Este segundo setor, contudo, não figura com percentual de destaque porque está subdividido por categorias como saúde humana, alojamento e alimentação, educação, atividades financeiras e de comunicação, entre outras. "O ranking reforça que a economia da cidade é gerada predominantemente pelo comércio, em primeira escala, e pela prestação de serviços, em segunda escala. Estimamos que haja em Bauru, hoje, entre 26 mil e 27 mil empresas constituídas, sendo que nem 9% são indústrias", observa Moreno.

A avaliação é reiterada pelos números do ano passado, que são bem semelhantes aos registrados em 2020, quando 31,2% das 1.692 novas empresas instaladas e 47,3% das 923 formalmente encerradas eram do comércio. Para o administrador da Jucesp de Bauru, contudo, o maior volume de estabelecimentos formalizados em 2021 - 1.981, no total - pode ter relação com a retomada da economia, após um primeiro ano de pandemia com rígidas restrições às atividades comerciais.

"Foram 165 novas empresas abertas por mês no ano passado. Em certa medida, a pandemia impulsionou o empreendedorismo, inclusive daqueles que, por exemplo, aderiram a planos de demissão voluntária em bancos ou outras empresas, pegaram seu dinheiro e aplicaram no negócio próprio", analisa.

OUTROS SETORES

Já em relação aos 998 estabelecimentos extintos em 2021, Moreno observa que, muito provavelmente, o número pode ser maior, considerando que vários fecham as portas sem comunicar o encerramento das atividades à Jucesp.

"Normalmente, são empresas que já vinham enfrentando dificuldades há alguns anos. A pandemia pode ter sido a situação derradeira. Já aqueles que constituíram seu negócio com orientação de instituições como o Sebrae, buscando capacitação, fazendo pesquisa de mercado e aproveitando incentivos do governo, ainda estão dando certo", alega.

NO RANKING

Além do comércio, no topo do ranking dos segmentos econômicos que mais contribuíram para a abertura de novas empresas em Bauru, figuram atividades profissionais, científicas e técnicas (12,8% do total) e saúde humana e serviços sociais (9,9%). Já entre as que mais fecharam, em segundo lugar estão estabelecimentos do ramo de alimentação (9,8%) e, depois, atividades administrativas e serviços complementares (9,6%).

"Para o empresário ter sucesso, além de orientação, também é importante ter planejamento tributário. No Brasil, a carga tributária é uma das maiores do mundo, mas há muitas brechas na legislação que permitem reduzir o valor do imposto a ser pago. Esse planejamento e conhecimento ajudam o empresário a tomar os melhores caminhos para crescer no mercado", completa Cris Moreno.

A reportagem do JC solicitou, por meio da assessoria de imprensa da prefeitura, manifestação sobre o assunto à secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda (Sedecon), Gislaine Magrini, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Comentários

Comentários