Polícia

Alerta: 'golpe da facção criminosa' mira comerciantes do município

Larissa Bastos
| Tempo de leitura: 2 min

Estabelecimentos comerciais de Bauru têm sido contatados por telefone no que seria mais uma tentativa de estelionato: o "golpe da facção criminosa". Nesta modalidade já conhecida em outras localidades, golpistas ligam para determinado comércio e exigem, sob ameaças, quantias em dinheiro. Eles dizem que membros de uma conhecida facção criminosa estão dentro do local armados e falam até em fazer reféns. Assustada com a situação, a vítima geralmente acaba realizando o pagamento.  

Neste último sábado (26), o alvo foi um comércio na região da Vila Cardia. O proprietário do local, que pediu para não ser identificado, conta que estava em horário de almoço quando os criminosos ligaram.

"Uma das minhas funcionárias atendeu ao telefone e foi surpreendida por um homem dizendo que tinha uma dupla armada na loja, membros dessa facção criminosa, pronta para atirar. Como a loja estava cheia, não tinha como identificar quem era. Ainda no telefone, o criminoso pediu para ela colocar o dinheiro dos caixas em uma sacola e deixar do lado de fora da loja, que um motoqueiro passaria para buscar. Ela chegou a colocar certa quantia na sacola, mas não colocou do lado de fora. E acredito que realmente tinha algum motoqueiro por perto, que acabou gravado em câmeras de segurança", narra o empresário.

Apavorada com a situação, a funcionária acabou transferindo R$ 800,00 da própria conta bancária para o bandido. Ele, então, pediu mais dinheiro e falou até em fazer reféns. "Diante das ameaças, uma outra colaboradora conseguiu ligar para a polícia. Rapidamente, muitas viaturas e até o helicóptero Águia chegaram. Como o criminoso pedia para falar com o dono da empresa, provavelmente para pedir mais dinheiro, o policial atendeu dizendo que era o proprietário. Em seguida, o bandido desligou", relata.

A funcionária foi ressarcida pelo estabelecimento, que contatou o Banco Central do Brasil (BCB) solicitando o reembolso do Pix feito por meio do Mecanismo Especial de Devolução (sistema de possível devolução de quantias quando há suspeita de fraude na transação).

OUTRAS VÍTIMAS

Preocupado em evitar novas vítimas do mesmo golpe, o proprietário emite um alerta. "Conversando com amigos, soube de outros quatro estabelecimentos da cidade que, no mesmo dia, foram alvos deste golpe, sendo que um deles, perto do Jardim Marambá, também perdeu dinheiro. Eles abusam da pressão psicológica para extorquir a pessoa que está do outro lado do telefone. Temos que ficar atentos", explica.

"Os policiais nos explicaram que essa modalidade de extorsão é muito parecida com a do falso sequestro e que era mais comum na Capital, mas que, agora, está vindo para o Interior", conclui o empresário.

DENÚNCIAS

Ao suspeitar que está sendo vítima de um golpe, é importante procurar a PM, principalmente em casos de extorsão, quando há grave ameaça. E também a Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência (BO), seja pessoalmente ou por meio da Delegacia Eletrônica (http://www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br), para que o caso seja investigado.

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