
Com a reabertura prevista para a segunda quinzena do próximo mês, o Hospital Manoel de Abreu funcionará com 50% da capacidade dos leitos nos primeiros 60 dias. De acordo com a Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), Organização Social de Saúde (OSS) que venceu o edital e fará a gestão da unidade, a medida é para verificar eventuais problemas estruturais no prédio reformado, sem prejudicar o atendimento dos pacientes internados, e também servirá como um período de adaptação e organização dos novos funcionários.
Conforme o JC noticiou, o Manoel de Abreu, localizado na quadra 6 da rua Salvador Filardi, na Vila Souto, região da Vila Falcão, foi fechado no primeiro semestre de 2016, por conta dos problemas que a estrutura apresentava. Na época, o local contava com 41 leitos de longa internação.
PERFIL
Agora, segundo a Famesp o hospital manterá seu perfil de internações a longo prazo e de menor complexidade, só que com maior capacidade de atendimento. Serão 61 leitos clínicos para este fim, além de três para tisiologia (tuberculose) e 15 de desintoxicação aguda de dependentes químicos, totalizando 79 vagas.
A estrutura foi reformada por completo, desde as partes elétrica e hidráulica, até os itens de mobília e equipamentos hospitalares, que já foram comprados. Além disso, toda a unidade foi climatizada. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, foram investidos mais de R$ 34,3 milhões nas obras.
E é justamente por conta desta profunda reforma que será necessário retomar o funcionamento inicialmente com metade da capacidade, conforme explica o presidente da Famesp, Antonio Rugolo Junior. "Temos que ter o cuidado de esperar para ver se a estrutura vai apresentar algum problema, se os aparelhos de climatização vão funcionar corretamente, entre outras situações que podem ocorrer. Este período também servirá para que os novos funcionários se adaptem aos serviços que serão prestados ali. Assim, conseguimos assegurar melhor qualidade do atendimento", complementa, pontuando que a medida consta no contrato firmado entre a OSS e a Saúde.
CONTRATAÇÕES
Já na próxima semana, devem começar os trâmites para a contratação de todos os cerca de 200 trabalhadores da unidade. Alguns desses, inclusive, deverão ter especializações, como os que atuarão diretamente com dependentes químicos. "A expectativa é que o hospital entre em funcionamento na segunda quinzena de maio e esteja operando com capacidade total em julho", ressalta o presidente da Famesp.
Além disso, por se tratar de um hospital voltado para pacientes de tratamento prolongado de situações menos graves, deve trazer um alívio significativo à demanda de outras unidades de saúde da cidade, como o Hospital de Base (HB) e Hospital Estadual (HE), que são referência para quadros de média e alta complexidade. Com a reabertura, os internados de baixa complexidade terão o Manoel de Abreu como destino, abrindo leitos para casos mais graves nas demais unidades.
"Para esses hospitais que são de referência a casos de complexidade maior, atrapalha muito [ter esses pacientes de tratamento prolongado] para rodar os leitos. Então, esses pacientes serão levados para o Manoel de Abreu e, assim, serão liberadas vagas para que um politraumatizado seja internado ou para cirurgias eletivas, por exemplo", completa Rugolo Junior.
Vale lembrar que, em Bauru, a Famesp já é responsável pela gestão do HB, HE, AME e do hospital de campanha da Covid-19, que funciona no prédio do futuro Hospital das Clínicas (HC). Agora, conforme foi publicado no Diário Oficial do Estado na última terça-feira (19) e noticiado pela coluna "Entrelinhas" do JC ontem, também fará a administração do Manoel de Abreu. A fundação, inclusive, já geria a unidade antes de ser fechada para a reforma.