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Residencial Manacás sofre interdição e 16 famílias precisam deixar o local

Marcele Tonelli
| Tempo de leitura: 3 min

A Defesa Civil de Bauru interditou, nesta terça-feira (31), uma parte do Residencial Manacás, localizado no bairro Nova Esperança, por risco de desabamento de um muro de contenção. Com quase 4 metros de altura, a estrutura inclinou e pode cair sobre alguns apartamentos térreos do condomínio de habitação social. Diante da situação, 16 famílias foram informadas que precisariam deixar os imóveis. Até a noite de ontem, algumas eram realocadas pela prefeitura em hotéis indicados pela Caixa Econômica Federal, mas muitas ainda se recusavam a deixar os seus lares.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Marcelo Ryal, um vazamento na tubulação de água potável que abastece o condomínio fez com que o solo ficasse encharcado. Com o peso a mais, a estrutura do muro de contenção foi danificada e ele amanheceu inclinado para o lado dos apartamentos.

O DAE, inclusive com o presidente Marcos Saraiva, esteve no local ontem e apurou que se trata mesmo de um problema da rede hidráulica interna do residencial, portanto, sem relação com o abastecimento público.

O paredão em questão divide um desnível no terreno do condomínio. Na parte mais alta, há um estacionamento que abriga a tubulação submersa. Já na área mais baixa, estão os imóveis.

'SEM CONDIÇÕES DE FICAR'

Os 16 apartamentos interditados são dos blocos 17 e 18, que têm as janelas viradas para o muro. Em caso de desabamento, esses imóveis podem ser atingidos por destroços e lama. A área do estacionamento próxima à tubulação e acima da estrutura de contenção também foi fechada.

"Não há condições de essas pessoas continuarem ali sem uma obra de reparo. O muro pode estourar de madrugada e os moradores do térreo até se afogarem em lama", comenta Ryal. "O risco é mais para os imóveis virados para o muro. Se houver um desabamento, a estrutura do prédio pode ser danificada daquele lado", acrescenta, contando que a Defesa Civil emitiu um laudo técnico e que o documento seria enviado ao Gabinete da Prefeitura, ao condomínio e à Caixa ainda ontem.

'CRÔNICO'

Síndica do Manacás, Roselaine Martins Ferreira diz que os problemas de vazamentos e rachaduras envolvendo o residencial são crônicos. "Inauguraram a obra sem ter terminado direito, porque o pessoal aqui reclama de vazamento e rachaduras desde sempre. Quando chove, a água não tem nem para onde escoar também. E nunca apareceu ninguém para dar as manutenções, mesmo que o residencial esteja na garantia".

Situado na quadra 14 da rua São Sebastião, o Manacás foi entregue em julho do ano passado a famílias ligadas à faixa 1 do Programa Minha Casa Minha Vida - hoje, Casa Verde e Amarela -, cuja renda mensal não passa de R$ 1,8 mil. Dos 288 apartamentos, 144 foram destinados a pessoas que residiam em áreas de risco em Bauru.

Dez dias após evento de inauguração, que, inclusive, contou com a presença do então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, os moradores já reclamavam de problemas estruturais no local, como infiltrações e rachaduras.

ASSISTÊNCIA

Em nota, a Caixa, responsável pelo repasse de recursos para a construção do Manacás, diz ter enviado uma equipe técnica ao local e cita ter notificado a CasaAlta, empresa que construiu o empreendimento. O banco não se manifestou sobre os demais problemas relatados pela síndica.

Já a Prefeitura de Bauru informou que, ainda na noite de ontem, trabalhava para levar os moradores para hotéis da cidade, indicados pela Caixa. O processo era acompanhado pela Sebes e pela Defesa Civil.

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