Teerã - As forças de segurança do Irã foram mobilizadas em universidades em várias cidades nesta quarta-feira (5), intensificando os esforços do governo para reprimir mais de duas semanas de protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, jovem presa por não usar o véu.
As tropas se espalharam em Urmia, Tabriz, Rasht e na capital Teerã, principalmente em torno de universidades, que têm sido os principais locais dos protestos nos últimos dias, disseram testemunhas.
Um estudante da capital afirmou ter medo de sair do campus da Universidade de Teerã e disse que há muitas vans da polícia do lado de fora esperando para prender alunos. Grupos de direitos humanos contabilizam milhares de presos, ao menos 150 mortos e centenas de feridos na repressão nas últimas semanas. As forças de segurança do país contam com o apoio da Basij, uma milícia voluntária afiliada à Guarda Revolucionária do Irã.
SEM VÉUS
Nesta quarta, vídeos compartilhados nas redes sociais mostram alunas do ensino médio em Teerã retirando seus lenços de cabeça e cantando "morte a Khamenei", o líder supremo do Irã. O ato de retirar o véu é uma homenagem à jovem morta - Amini, de 22 anos, foi presa pela polícia moral do Irã por não usar o lenço na cabeça corretamente, uma obrigação das muçulmanas do país.
Em outro vídeo popular nas redes sociais, que teria sido feito em uma escola em Shiraz nesta terça (4), cerca de 50 alunas cercam um membro da milícia Basij que havia sido convidado a fazer um discurso no local gritando "Basij, saia daqui" e "morte a Khamenei". A autenticidade do vídeo não pôde ser confirmada por veículos de imprensa.