Wagner Teodoro

Vale a temporada

09/10/2022 | Tempo de leitura: 4 min

O Corinthians começa a decidir o título da Copa do Brasil contra o Flamengo na próxima quarta-feira (12). O jogo é na Neo Química Arena. A partida de volta, no Maracanã, ocorre uma semana depois. Certamente teremos um espetáculo nas arquibancadas e esperamos que dentro de campo as equipes correspondam à festa das duas maiores torcidas do País.

A final da Copa do Brasil, claro, é importante para as duas equipes. Porém, tem um peso muito maior na temporada do Corinthians. Não é exagero dizer que vale o ano. Primeiro, é a chance de um clube que, mesmo com dívidas astronômicas - são mais de 900 milhões de reais de débitos, fora os valores do estádio, o que, somado, chega a algo em torno de 1,5 bilhão de reais -, arrumou dinheiro e investiu pesado para montar um elenco competitivo e fazer frente a Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG, equipes apontadas como favoritas a tudo no início de 2022 - somente o Galo decepcionou.

E justamente diante do Flamengo, um dos integrantes do atual "Grande Trio" do futebol nacional, além do título, anseado pela torcida, o Corinthians, sendo campeão, já garantiria vaga na Libertadores e uma premiação para ajudar nas combalidas finanças. Além disso, a temporada, que pode ser considerada boa, com o time consistente, mantendo-se entre os primeiros do Brasileirão e com desempenho protagonista na Copa do Brasil, passaria para excelente, coroada com uma taça.

Para o Flamengo, como já mencionei, a Copa do Brasil tem sua relevância e é óbvio que o Rubro-negro jogará para ser campeão. Mas o time carioca, se fizesse uma lista de prioridades, certamente colocaria o título da Libertadores à frente do mata-mata nacional. E, com a equipe que tem, com os recursos que o elenco possui, o Flamengo pode perfeitamente sair com os dois troféus.

Só que futebol é jogado e é um dos poucos esportes onde a imprevisibilidade impera. Não que um título do Corinthians seja uma "zebra". Longe disso, eu acredito em uma final bem disputada. Mas, olhando as ferramentas que cada equipe tem, o Flamengo entra com favoritismo. E com base nesse quadro, o primeiro jogo, em São Paulo, é fundamental para o Corinthians.

Diante de sua torcida, a equipe ganha uma força extraordinária e "fazer o dever" é o caminho para ter uma vida menos difícil em um Maracanã lotado, onde o Flamengo é ainda mais poderoso, no duelo de volta.

Passa pelos pés deles

Na missão de superar uma equipe com elenco com mais alternativas e qualidade, o Corinthians vai depender de seu bom conjunto, azeitado pelo competente técnico Vítor Pereira. Mas o sucesso deve passar fundamentalmente, pelos pés de três jogadores, salvo algum herói repentino que surja - algo que, em finais, não é tão incomum: Renato Augusto, cérebro do time, e a dupla de ataque, Róger Guedes e Yuri Alberto.

Os homens de frente encontraram a fórmula para combinarem e se completarem e são um perigo. Para tudo fluir, Renato Augusto vai ter que encontrar espaço e produzir. A criatividade e precisão do meia serão imprescindíveis para o Alvinegro produzir. Se ficar só naquela de esperar para contra-atacar, é assumir um risco grande de ser envolvido.

A última de Messi

E Lionel Messi confirmou o que todos já sabíamos: a Copa do Catar vai ser seu último Mundial. Aos 35 anos, o craque vai tentar pela derradeira vez o título que lhe falta. Ele, que foi vice em 2014, no Brasil. Vai tentar levar a Argentina a quebrar um jejum de 36 anos. Messi vai tentar fazer a torcida argentina deixar de ser "viúva de Maradona", herói da conquista no México, em 1986. Não estou dizendo que vai substituir "El Pibe de Oro" no imaginário e devoção dos hermanos. Mas será a última oportunidade de escrever seu nome na constelação de gênios consagrados em clubes e seleções.

Para nós, amantes do futebol, resta desfrutar do talento de Messi uma vez mais em uma Copa. Messi, um cara que joga futebol com a naturalidade com a qual caminhamos. Um cara que nasceu com um dom e uma aptidão para controlar a bola, ver o jogo, se movimentar. Espero uma bela Copa do Mundo de Messi. Que ele brilhe. Uma pena que não poderei torcer pelo título. Afinal, esta torcida está reservada para a Seleção Brasileira.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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