O prefeito de Araçatuba, Lucas Zanatta (PL), classificou como “picuinha política e cortina de fumaça” a CPI aberta pela Câmara para investigar o uso de guardas civis municipais em sua segurança pessoal. Em coletiva nesta sexta-feira (24), no Paço Municipal, ele afirmou que a iniciativa busca criar um “fato político” para desgastar sua imagem.
Acompanhado da vice-prefeita Nice Zucon (PL) e do vereador Fernando Fabris (PL), Zanatta disse que o uso de guardas é legal e amparado pela legislação federal. Segundo ele, a Função Gratificada (FG) recebida pelos agentes compensa atividades fora da função original. “A FG2 é destinada a servidores concursados que prestam serviços administrativos. Mesmo que vinculada a outra secretaria, é legal”, explicou.
O prefeito comparou com gestões anteriores e afirmou que outros prefeitos também utilizaram motoristas com gratificação. “No meu caso, escolhi os guardas porque são habilitados e treinados para segurança”, disse.
Zanatta criticou a presidente da Câmara, Edna Flor (Podemos), autora do pedido da CPI. “É curioso ver quem articulou a CPI ter tido motorista com FG1 e cargo de direção. Falta coerência”, declarou. Ele também questionou vereadores que apoiaram a nova comissão: “Por que quem votou contra a CPI da Saúde agora apoia essa, que trata só da minha segurança?”
O prefeito ressaltou que a Câmara é “livre e soberana” e negou ter influência sobre os vereadores. Também justificou o reforço na segurança após ameaças recebidas, supostamente ligadas à Organização Social Mahatma Gandhi, investigada por desvio de recursos públicos.
Zanatta cobrou foco em outros temas. “Precisamos de uma CPI da Saúde, para investigar a Mahatma Gandhi, e outra das Obras. Temos tubulação estourando, terminal urbano parado e obras atrasadas em Taveira”, disse.
Ele reafirmou que não há ilegalidade no uso dos guardas. “Não há improbidade nem irregularidade. Estão apenas criando um fato político”, concluiu.
A CPI da GCM foi proposta por Edna Flor e tem apoio dos vereadores Luís Boatto (Solidariedade), Gilberto Batata Mantovani (PSD), João Moreira (PP) e Carlinhos do Terceiro (Republicanos). O parecer favorável à abertura foi emitido pela Procuradoria Legislativa no dia 21.
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