18 DE OUTUBRO

No Dia do Médico, profissional destaca desafios da saúde pública

Por Guilherme Renan | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Guilherme Renan/FR
Tiago de Camillo Figueiredo Mattos, durante plantão no Pronto-socorro de Birigui
Tiago de Camillo Figueiredo Mattos, durante plantão no Pronto-socorro de Birigui

Neste sábado, 18 de outubro, é celebrado o Dia do Médico, data que reconhece o compromisso desses profissionais com a vida e o bem-estar da população. Um deles é o médico Tiago de Camillo Figueiredo Mattos, que atua há 13 anos no Sistema Único de Saúde (SUS), dedicando-se ao atendimento emergencial em prontos-socorros de Birigui.

Ao longo da carreira, ele também já atuou em diversas cidades do estado de São Paulo, incluindo Araçatuba, Santo Antônio do Aracanguá, Campinas, São Paulo e Mongaguá, acumulando ampla experiência na linha de frente da saúde pública.

Segundo ele, a data deve servir como um momento de inspiração e conscientização coletiva. “O Dia do Médico deve inspirar a prática de ações de esclarecimento público e promoção de saúde coletiva. É importante que a população compreenda como funciona toda a estrutura da saúde pública, para que possa também escolher gestores mais ágeis e resolutivos”, ressalta.

Vocação despertada ainda na adolescência

Tiago conta que o interesse pela medicina surgiu cedo, influenciado pelo ambiente familiar. “Desde a adolescência, acompanhava as conversas do meu pai, que também é da área da saúde, e de seus amigos. Isso despertou minha curiosidade e me fez perceber que essa era a minha vocação. Quando iniciei profissionalmente, senti que estava no caminho certo e precisava honrar o juramento médico”, relembra.

Formado há 13 anos, ele acumula experiência em pronto-socorro adulto e infantil, onde, segundo ele, “cada dia é um aprendizado novo, tanto profissional quanto social”.

Linha de frente: rotina intensa e decisões rápidas

Com uma rotina intensa nos prontos-socorros, Tiago destaca que o preparo constante é essencial.
“Precisamos estar sempre atualizados e atentos, porque surgem casos de extrema urgência a qualquer momento. Muitas situações que chegam ao pronto-socorro deveriam ser resolvidas nas UBS, que infelizmente ainda não têm a eficácia necessária”, afirma.

Para ele, momentos marcantes acontecem diariamente. “Os casos que mais me tocam são aqueles em que conseguimos retirar alguém de uma situação iminente de morte. Isso mostra que podemos fazer diferença num mundo que, por vezes, parece apático.”

Saúde pública e desafios locais

Ao refletir sobre o sistema público, Tiago avalia que o Brasil possui uma estrutura favorável, mas sofre com falhas na atenção primária. “Há falta de resolutividade e capacitação em muitos municípios. Isso gera sobrecarga nos setores de urgência, que acabam resolvendo problemas que deveriam estar solucionados antes. Melhorar a informação à população e fortalecer a medicina preventiva são passos fundamentais para evitar que casos simples evoluam para emergências”, defende.

Um olhar para o futuro

Aos novos profissionais que ingressam na área, Tiago deixa uma mensagem clara. “Sejam médicos que saibam informar, que mantenham uma boa relação com os pacientes e que tenham humildade para reconhecer seus limites. A medicina é um aprendizado contínuo, e o coletivo sempre vale mais do que o individual.”

Ele também faz um alerta sobre os próximos anos. “Se nada for mudado, enfrentaremos um verdadeiro tsunami de problemas. É essencial fortalecer a atenção primária e unir a classe médica em prol do bem-estar social e profissional.”

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