RACHADINHA

Servidora abre BO contra Damião por 'temer a própria vida'

Por Guilherme Renan | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
O vereador Valdemar Damião Brito é acusado em denúncia de ex-assessora de ter proposto repasse mensal de parte do salário; caso motivou abertura de investigação
O vereador Valdemar Damião Brito é acusado em denúncia de ex-assessora de ter proposto repasse mensal de parte do salário; caso motivou abertura de investigação

A ex-chefe de gabinete do vereador Valdemar Damião Brito procurou a Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrência afirmando temer pela própria vida após a denúncia protocolada pelo setor de Recursos Humanos da Câmara Municipal de Araçatuba, que apontou um suposto esquema de rachadinha envolvendo o parlamentar.

Segundo o registro policial, a ex-servidora relatou que foi convidada para ocupar o cargo e, durante a entrevista, informada de que receberia salário de R$ 2.500, com jornada de trabalho das 8h às 17h30.

No entanto, ao tentar abrir uma conta bancária para o depósito do salário, foi surpreendida pela gerente, que informou que o valor depositado seria de R$ 13 mil. A diferença chamou sua atenção, pois o valor informado anteriormente era muito inferior.

De acordo com documento do setor de Recursos Humanos da Câmara, a remuneração oficial para o cargo era de R$ 12.045,23.

Ao retornar ao gabinete, a ex-chefe aguardou o vereador, que estava em horário de almoço, para conversar sobre o assunto. Segundo o boletim, Damião teria dito que ela ficaria apenas com parte do valor, enquanto o restante deveria ser repassado a ele mensalmente.

“Você fica com os dois mil e o ticket de alimentação, e o restante você me entrega”,
teria afirmado o parlamentar, conforme o documento.

A ex-servidora relatou que não concordou com a proposta, o que gerou uma discussão dentro do gabinete. Ela afirmou que deixou claro que, se tivesse conhecimento prévio da situação, não teria aceitado o cargo. Pouco tempo depois, foi informada de sua exoneração, que, segundo seu relato, ocorreu justamente por não ter aceitado participar do esquema.

A mulher também contou que o vereador mantinha uma arma sobre a mesa do gabinete, por ser CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), o que, segundo ela, criava um ambiente de intimidação entre os servidores.

Além de narrar os fatos, a ex-servidora registrou o boletim por temer por sua integridade física, diante da repercussão interna do caso e de sua exoneração.

Após o episódio, ela procurou novamente o setor de Recursos Humanos para tratar sobre a rescisão contratual e relatar o ocorrido. De acordo com o boletim, a funcionária do setor limitou-se a lamentar o fato. Em seguida, o RH da Câmara Municipal formalizou uma denúncia interna para apurar o caso e encaminhar as informações às autoridades competentes.

Outro lado

A reportagem procurou o vereador Valdemar Damião Brito, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Caso se manifeste, suas declarações serão incluídas na atualização da matéria.

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